O Projeto de Nação até 2035 publicado por entidades militares (Instituto General Villas Bôas, Instituto Sagres, Instituto Federalista) e lançado com pompas em Brasília sob acordes de Eu te amo, Meu Brasil, hit musical da ditadura nos anos 70 deve ser interpretado generosamente. Há quem diga com malícia que o hit era fundo musical de atos praticados em masmorras.
O documento combina uma estrutura política-estratégica ditatorial (esclarecida) com o império de políticas neoliberais. No documento se denuncia o globalismo sob domínio financeiro e suas pautas que enfraquecem a unidade nacional com a legitimação de políticas identitárias politicamente corretas. Sim, algo insuportável para o Exército brasileiro que se vê nascendo nas duras lutas contra o invasor holandês no século XVII, quando ombro a ombro de forma desassombrada brancos, negros e índios combateram hereges protestantes. Jamais esqueçamos que o Exército forjou a Nação. E ai de quem duvidar.
Políticas globalistas quebram essa unidade essencial, barreira às forças desagregadoras. Unidade cultural que forma um todo com o Mercado, estrutura mais eficiente na busca de competitividade e eficiência no uso de fatores.
A educação universitária pública deve ser substituída pela universidade paga – uma maneira de selecionar quadros de excelência, que não se deixem seduzir pelo marxismo cultural. Os cuidados pela preservação da inocência se estendem às almas de infantes na educação básica.
O projeto também propõe a privatização do SUS, certamente aqui subjaz a ideia de que a população deve se disciplinar para autocuidados, empreendedores de seu corpo. Para os desvalidos e incapazes se reservam certamente políticas públicas residuais – no documento há piedosa menção à responsabilidade social.
Os propósitos são os mais honrosos. Seus guardiões de alto coturno, possuidores de todo respeito da cidadania protegida, usufruem de um socialismo de caserna: escolas, farmácias, hospitais exclusivos, produtos essenciais a uma boa saúde, inclusive sexual, aposentadorias especiais e em momentos de carestia e fome – momentos naturais que assolam populações e têm o propósito de dizimar população excedente – a Intendência resolve com logística impecável e ampla oferta de iguarias essenciais à manutenção desses quadros imprescindíveis à brasilidade, como revelou exame de gastos governamentais.
Em caso extremo, feijão e arroz não faltarão. Em caso agoniante de risco à sobrevivência da espécie sempre haverá o recurso de fuga para algum planeta habitável na galáxia.
A recente visita do trilionário Musk, preocupado com a Amazônia (obviamente sem segundas intenções) e com as crianças amazonenses faz todo sentido.
O governo Bolsonaro, generais, empresários e até um ministro do STF se dirigiram humildemente ao hotel onde o benefactor se encontrava hospedado. Não só foi condecorado, como foi descrito como um Noé contemporâneo, que conduzirá em sua nave os eleitos a algum planeta.
Mais um tema de gravidade a ser tratado pelos guardiões fardados.
Infelizmente isso não aparece no documento.
A rigor o que temos: socialismo de caserna bancado em grande medida pelo Tesouro Nacional combinado ao Mercado, que se encarrega de selecionar aqueles que se presume mais aptos. Ou em linguagem algo capenga, retirada de algum manual estadunidense, se vêem como conservadores evolucionistas no psicossocial e liberais com responsabilidade social. Camuflagens militares.
O documento é síntese de questionário distribuído há alguns meses aos sempre talentosos oficiais superiores.
(*) Por Carlos Roberto Winckler, é professor graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1976), em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1975), com especialização em Alemão pelo Instituto Goethe (1985) e especialização em Língua Alemã pelo Instituto Goethe Schwäbisch Hall (1986). É especializado em Mídia e Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1977) e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005). Atualmente é técnico da Fundação de Economia e Estatística e professor da Fundação Universidade de Caxias do Sul, atuando principalmente nos seguintes temas: Sociologia Política, Políticas de Desenvolvimento, Estado e Federalismo.
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