Em entrevista de certa solenidade ao Estadão, o filho 01, oficialmente Senador Flávio Bolsonaro, avisou que seu pai, oficialmente o Presidente da República, não terá como conter uma revolta popular violenta caso a eleição presidencial de outubro seja fraudada nas urnas eletrônicas. Por isso – propôs – é melhor desde logo que o Tribunal Superior Eleitoral dê um jeito de eliminar os problemas que tornam as urnas vulneráveis à fraude.
Essa entrevista explicitou ou oficializou o que há muito tempo se sabe, que Bolsonaro, sem esperança de vencer ou de ver cancelada a eleição, quer “virar a mesa”, como se dizia, no fim do regime militar, dos planos concebidos pelo “duros” do regime, para impedir ou anular a eleição do sucessor do Presidente Figueiredo.
Bolsonaro tem de blefar. Sem saber se consegue apoio militar suficiente para “melar a sucessão”, como também diziam os duros daquela época, ele incita a mobilização de suas milícias para tentar aqui a repetição do que aconteceu nos Estados Unidos em janeiro de 2021, quando as milícias do derrotado Trump invadiram o edifício do Capitólio em Washington, onde o Congresso confirmava a eleição do Presidente Biden.
Flávio alega que a invasão do Capitólio aconteceu por geração espontânea e Trump não conseguiu contê-la. Isso não é verdade, e Flavio só ousa dizer o que diz porque no Brasil a grande mídia não dá atenção ao que acontece fora daqui, embora se trate de acontecimentos que podem afetar negativamente ou positivamente a vida dos brasileiros.
Uma comissão investigadora da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, uma espécie de CPI, está acumulando provas e mais provas de que Trump incitou a invasão do Capitólio, na qual houve mortos e feridos, inclusive policiais que tentavam fazer cumprir a lei e manter a ordem.
A mais recente e devastadora dessas provas foi o depoimento de uma alta funcionária do próprio governo Trump, Cassidy Hutchinson, principal assistente do Chefe do Gabinete Civil, Mark Meadows. Ela revelou que Trump queria ir também ao Capitólio, acompanhando ou liderando os invasores que sabia armados, e foi impedido pelos agentes do Serviço Secreto que faziam sua segurança e temiam por ela.
Aqui, em seguida à eleição, o que os bolsonaristas e Bolsonaro podem tentar é alguma ação contra o TSE, o Tribunal Superior Eleitoral, que estará totalizando os resultados da apuração ou em sua sede ou provavelmente no Centro de Convenções de Brasília, com mais espaço para o trabalho da TV e da mídia e dos muitos fiscais de todos os partidos.
Se isso acontecer, Bolsonaro se limitará ao script antecipado pelo filho 01, ao papel de espectador impotente diante da revolta popular? Ou tentará imitar o que Trump tentou, incorporando-se aos revoltosos até ser contido por sua segurança?
Trump tentou e não conseguiu, sendo obrigado afinal a deixar a Casa Branca. Quase dois anos depois da eleição que perdeu e continua dizendo que ganhou, Trump é candidato à próxima oportunidade, a eleição presidencial norte-americana de 2024.
Com Bolsonaro, que tanto imita Trump, vai acontecer a mesma coisa? Pelo que vem acontecendo, não necessariamente. A entrevista do filho 01 ao Estadão foi seguida pela notícia de que o Vice de Bolsonaro, General Braga Neto, fez na Federação das Indústrias do Rio um discurso que constrangeu os empresários presentes.
Se não houver uma auditoria em regra nas urnas, disse o Vice, não vai haver eleição. O Vice não é apenas Vice: é General, embora já da reserva, e até outro dia era o poderoso Ministro da Defesa nomeado para esse cargo depois que Bolsonaro se desfez do Ministro anterior, General Fernando Azevedo e Silva, e dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Pelo que se soube, o ex-Ministro e os ex-comandantes foram afastados por não se disporem a dar apoio aos planos golpistas de Bolsonaro.
Essa declaração do Vice pode ser apenas mais um blefe, que será engolido ou não pelo atual Ministro, General Paulo Sérgio, e pelos atuais comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Se não for apenas um blefe, o que pode acontecer? E com que consequências?
(*) José Augusto Ribeiro – Jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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