Antes da caminhada que reuniu cerca de 70 mil pessoas, o candidato conversou com a imprensa e falou sobre a retomada da democracia e do desenvolvimento econômico, da importância da preservação da Amazônia e da necessidade de dar seguridade para os trabalhadores
Caminhada em Porto Alegre, nesta quarta-feira (19), reuniu uma multidão de apoiadores do candidato a presidente Lula. Desde o início da tarde, as pessoas já começavam a chegar para a concentração, no Largo dos Açorianos, carregando bandeiras e faixas para a caminhada que percorreria as ruas da região central até a Praça da Matriz – praça onde estão localizadas as sedes dos Três Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). Enquanto isso, Lula conversava com jornalistas num hotel no Centro da cidade.
Lula estava acompanhado do seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), e de sua companheira Janja. Também participaram da coletiva, e depois acompanharam Lula no trajeto da caminhada, personalidades como a ex-presidenta Dilma Rousseff, o deputado estadual Edegar Pretto, a ex-deputada Manuela D’Ávila, o ex-governador Olívio Dutra, o senador Paulo Paim entre outros parlamentares e lideranças gaúchas do PT, PCdoB, PSOL, PDT, Rede e PSB.
A reportagem do Jornal Brasil Popular esteve na coletiva de imprensa com o candidato a presidente Luis Inácio Lula da Silva que durou cerca de meia hora.
Antes de começar a entrevista, Lula fez questão de ressaltar seu pesar com relação ao episódio de racismo sofrido pelo cantor Seu Jorge recentemente numa apresentação na capital gaúcha. Ele reafirmou seu compromisso para combater o racismo estrutural com punição aos casos, mas também com educação. “Não podemos permitir que em pleno século 21, em 2022, tenhamos uma sociedade tomada pela tese do escravismo”, salientou. “Nós temos a constituição, que diz que o racismo é um crime inafiançável. Portanto o problema do preconceito no Brasil não é falta de lei. É uma questão que está na massa encefálica de uma sociedade que foi durante 350 anos escravista”, lamentou.
Para Lula é preciso vencer o racismo e o preconceito do ponto de vista cultural. Ele lembrou que foi durante o seu governo que foi incluído no ensino fundamental o estudo da história da África, porque, de acordo com ele, é por meio da educação que poderemos acabar com o preconceito no país. “Isto a gente vai trabalhar com muito carinho”, sinalizou.
Lula também comentou sobre a estratégia para os últimos dias de campanha e condenou a utilização da máquina pública pelo adversário. “Eu tenho de fazer muitas viagens ainda. Tenho atividade ainda no Rio, em Minas, em São Paulo. Aqui no RS eu quero que os companheiros do partido viagem o estado inteiro para que a gente possa ganhar as eleições aqui também e eu estou convencido de que nós estamos muito perto da vitória. Estamos chegando, faltam só 10 dias para as eleições”, afirmou, lembrando que o adversário parece desesperado e se utiliza da máquina pública na campanha com a maior desfaçatez nunca antes vista neste país.
“É uma coisa de um certo desespero, mas eu acho que a sociedade brasileira também sabe que chegou a hora de voltar à democracia”, ressaltou. De acordo com Lula, a sua candidatura representa a grande chance que o país tem de recuperar a democracia, de voltar a ter política de desenvolvimento econômico e para ter distribuição de riqueza para que se possa acabar com o flagelo da fome que hoje atinge 31 milhões de brasileiros.
Amazônia x Desenvolvimento
De acordo com Lula, não será permitida a ocupação desordenada da Amazônia, nem de nenhum bioma presente no país. “E eu tenho clareza de que o homem do agronegócio não tem interesse no desmatamento e na queimada na Amazônia. Quem tem interesse é um transgressor da lei, que já não respeita o que já está na Constituição”, destacou.
Por outro lado, Lula lembrou da importância da biodiversidade da floresta que pode ser usada para gerar desenvolvimento. “Nós vamos estudar profundamente a biodiversidade da Amazônia, vamos fazer um grande laboratório de pesquisa compartilhado com outros países, com cientistas do mundo, porque nós achamos que é do conhecimento da biodiversidade da Amazônia que podemos ter a riqueza suficiente para o desenvolvimento daquela região e do país como um todo, mas com preservação”, destacou.
Novo marco nas relações de trabalho
De acordo com Lula, haverá uma revisão da reforma trabalhista de forma a modernizar o sistema, mas sem penalizar os trabalhadores. Ainda que ciente das mudanças tecnológicas e nas relações de trabalho presentes na modernidade, Lula defende que os trabalhadores tenham tranquilidade para que possam desempenhar suas atividades e gerar renda e desenvolvimento para o país como um todo.
“Obviamente que a gente não quer a volta ao passado, porque houve uma mudança no mundo do trabalho. O que nós estamos propondo é estabelecer uma regra, como foi proposto na Espanha recentemente, onde governo, empresários e trabalhadores se juntaram e estabeleceram um novo relacionamento entre capital e trabalho. Aqui no Brasil me preocupa, por exemplo, as pessoas que trabalham com aplicativo e que praticamente não têm direitos, que não têm descanso semanal remunerado, etc. Então é preciso ter uma regulamentação”, assegurou.
“Nós vamos fazer uma grande obra neste país que é colocar os bancos públicos para financiar pequenos e médios empreendedores. Vamos incentivar muito as cooperativas, porque neste novo mundo digital a gente precisa fortalecer a criatividade do homem e da mulher brasileira para que a gente possa ter novos mercados de trabalho.
“O Brasil precisa dar tranquilidade para os trabalhadores. Todo mundo que trabalha precisa ter tranquilidade de se um dia acontecer alguma problema na sua vida ela tenha um sistema de seguridade para lhe dar proteção a sua família. não é normal a gente abandonar o trabalhador a sua própria sorte.
Visão de futuro e fortalecimento do capital humano
Lula lembrou também da chamada nova indústria digital, ressaltando a necessidade de formação de pessoas na área tecnológica para o país poder lidar com essa realidade de forma produtiva e em benefício do próprio desenvolvimento econômico e social. “Isso significa colocar mais gente na universidade! É ter mais gente em cursos de engenharia para que a gente possa, quem sabe num futuro não muito longe, deixar de ser só exportador de soja, de minério de ferro, ou seja, só exportador de commodities. A gente precisa começar a exportar conhecimento, inteligência, fortalecendo a nossa indústria, exportando mais valor agregado. É isto que nós temos de fazer em quatro anos”, destacou.
Também como uma das primeiras coisas a serem trabalhadas em um futuro governo Lula, está o combate à fome. “Nossa primeira opção é estabelecer uma política para acabar com a fome. Nós já acabamos com a fome neste país uma vez e vamos acabar de novo”, assegurou, incluindo a criação de uma forte política de investimento do Estado para geração de empregos e renda.
“Eu pretendo, quando eleito, reunir com os governadores já nas primeiras semanas para estabelecer as obras de prioridade e para pactuar uma nova relação entre a União e os estados para o Brasil voltar a crescer. É isto que nós pretendemos fazer”.
(*)Fotos: Luciene Leszczynski/Jornal Brasil Popular
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