Em entrevista à CNN, na semana passada, Lula disse que quer “saber do resultado” para decidir se vai trabalhar ou não pelo fim da autonomia do BC. Prejuízo causado por Campos Neto se soma ao estouro da meta inflacionária e “erro” no fluxo cambial
Em entrevista a Daniela Lima na CNN Brasil na quinta-feira (17/2), o presidente Lula voltou a questionar a autonomia do Banco Central e disse que a “independência” da instituição, responsável pela política monetária do país, precisa mostrar “resultado”.
“O que eu quero saber é o resultado. O resultado vai ser melhor? Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo [se melhorar], mas se não melhorar, nós temos que mudar”, disse.
A declaração de Lula aumentou a pressão sobre Roberto Campos Neto, neto de Roberto Campos, primeiro ministro do Planejamento da Ditadura Militar, que prega uma gestão “técnica” do BC, enquanto maneja dados – em especial a exorbitante taxa básica de juros, a Selic, mantida em 13,75% – para atender aos anseios políticos de Jair Bolsonaro (PL), que o colocou no comando da instituição.
Os números, no entanto, mostram que se for pela competência, Campos Neto não deve ser mantido à frente do BC.
Após estourar a meta da inflação por dois anos seguidos – 2021 e 2022 – e divulgar dados “errados” sobre o fluxo cambial no ano passado, revertendo o anunciado superávit de US$ 9,5 bilhões para a real saída (déficit) de US$ 3,2 bilhões da economia brasileira no período, Campos Neto terá que se explicar sobre o prejuízo bilionário que causou no Banco Central. E quem vai pagar a conta é a população.
Dados divulgados nesta quinta-feira (16) mostram que o Banco Central registrou um prejuízo de R$ 298,5 bilhões em 2022. Foi a segunda vez que a instituição teve prejuízo na gestão de Campos Neto. O primeiro foi no segundo semestre de 2020, quando teve perdas de R$ 33,6 bi – à época a divulgação se dava a cada seis meses.
Para pagar a conta, o Tesouro Nacional – órgão de contabilidade do governo ligado ao Ministério da Fazenda – terá que desembolsar R$ 36,6 bilhões para cobrir parte do rombo.
Além disso, serão usados R$ 179,1 bilhões de reservas cambiais e R$ 82,8 bilhões do patrimônio institucional do próprio BC.
O BC justifica o prejuízo por um erro de gestão com as operações com reservas e derivativos cambiais, que teria deixado um rombo de R$ 326,5 bilhões.
A gestão e os resultados do Banco Central influenciam diretamente nas contas da União. Quando dá lucro, o BC repassa uma parcela ao Tesouro Nacional.
No entanto, quando dá prejuízo, o valor é coberto pelos recursos existentes na reserva de resultado e pela redução do patrimônio líquido da instituição, limitado a 1,5% do ativo total do banco.
Porém, o prejuízo causado por Campos Neto em 2022 foi tão grande que obrigou o Tesouro Nacional fazer o aporte de R$ 36,3 bilhões para compensar as perdas.
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