O projeto é desenvolvido em Samambaia, Região Administrativa (RA) do Distrito Federal
O Grafita!Trans foi idealizado, em 2021, como estratégia para estimular pessoas gênero-dissidentes a se empoderarem enquanto cidadãs que podem criar e frequentar espaços artísticos e pedagógicos. Os criadores e gestores são os agentes culturais Diadorim Silva, ator, arte-educador, modelo, trancista, dreadmaker e grafiteiro; e Klaus Antônio Miranda, vulgo “kaus total”, primeiro grafiteiro trans licenciado do Distrito Federal (DF) no circuito profissional de grafite da capital do País desde 2018.
A primeira edição do projeto foi realizada este ano (2023) com o fomento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), do Governo do Distrito Federal (GDF), e criou um novo circuito turístico em Samambaia, Região Administrativa XII do DF, por meio de um programa de oficinas, que promoveu a empregabilidade trans e profissionalizou 15 artistas nas linguagens do grafite. Além disso, as oficinas foram espaços de convivência e troca afetiva. Como disse Marinão, um dos participantes,“o Grafita! está sendo revolucionário, são pessoas legais, fazendo coisas legais, se divertindo e sendo felizes, são pessoas trans sendo felizes, colocando essa felicidade em tinta, em cor. Isso é maravilhoso para mim, estar participando está sendo incrível”.
Outra participante, Carola, quando perguntada se já tinha vivenciado espaços com tantas pessoas trans, respondeu: “Não, jamais! Para falar a verdade sempre foi, ou pelo menos durante toda minha transição, um grande desejo: encontrar minha tribo e me ver em outros corpos. Geralmente eu sou a única pessoa trans dos espaços que ocupo e isso é um desconforto em tantas instâncias. Por muitas vezes me sinto vulnerável, deslocada ou até mesmo um alien sem direito a me sentir pertencente, porém agora, em meio a tantas outras pessoas trans cheias de vivências incríveis que, por mais peculiares que sejam, tangenciam a minha história, só me faz me sentir mais e mais em casa”.
O recurso do FAC financiou um ciclo de seis oficinas com as pessoas selecionadas, que começaram no dia 21 de janeiro; dentre elas, ocorreram também três intervenções artísticas em diferentes pontos de Samambaia. A primeira intervenção foi em 04 de março, na entrada da cidade, no “Eu amo Samambaia”. Em 11 de março, o coletivo foi à Feira Permanente da 202, na Samambaia Norte. Várias pessoas que estavam próximas participaram da intervenção, os comerciantes da feira cooperaram ativamente na escolha dos elementos para criação das artes e enalteceram os artistas trans que estavam presentes. Por último, no dia 18 de março, os participantes transformaram o “murão” da praça da 202, próximo à estação de metrô, e também contaram com a participação ativa dos moradores no processo.
Além disso, através da página do Instagram (@grafitatransoficial), o coletivo divulgou informações sobre o projeto e produz conteúdo de educação comunitária sobre o direito de acesso à cidade, visibilidade real, que de fato contribua com o bem-viver, direitos da população trans, e sobre o grafite e arte urbana. No dia da visibilidade trans (29 de janeiro), Klaus mediou no perfil do projeto a live “Encontrans”, com o objetivo de buscar uma união entre Grafiteres Trans. O convidado foi Wanatta (@wanatta_streetart), multiartista, arte-educador e produtor cultural de Belo Horizonte. Na live, ele compartilhou suas vivências com o grafite e sua luta e se apropriando da arte como um meio para viver e resistir. Ele faz um paralelo da ideia do “aquilombar” em uma lógica da vivências das pessoas transvestigêneres: esse apoio mútuo e aglutinação que mantêm as pessoas trans vivas.
É difícil estimar com exatidão a quantidade de pessoas afetadas pelo Grafita!, pois a produção do projeto passou a integrar a cena de Samambaia e a participar do cotidiano das pessoas que passam pelos espaços transformados. Foram quinze pessoas profissionalizadas pelas oficinas de grafite, mais três pessoas mentoradas em assessoria de imprensa, com bolsa, além dos seguidores e pessoas que engajaram os posts educativos no Intragram do projeto. Também, foi uma fonte de renda para todas as pessoas que participaram da produção do projeto, o que é essencial no âmbito da população trans, em geral, empobrecida e excluída do mercado de trabalho. Os gestores pretendem continuar promovendo oficinas em formato dinâmico e a fomentar a cena do Hip-Hop para pessoas trans e planejam alcançar públicos de outras cidades e estados.
Para mais informações sobre o projeto acesse:
https://www.instagram.com/grafitatransoficial/
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