Este é o alerta lançado pelo SITAVA/CGTP-IN, considerando que os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP «se têm desenrolado ao nível de uma novela mexicana de “terceiríssimo” nível»
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), sublinha que, desde o início dos trabalhos da CPI, os trabalhadores e a própria empresa têm sido os mais atingidos pela «inqualificável e desonesta luta política que lhe está subjacente», considerando que a «sanha neoliberal contra tudo o que é público chega a ser doentia».
O SITAVA questiona ainda o interesse da TAP na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar, «apenas», a legalidade de «uma indeminização paga a uma ex-administradora ou o seu despedimento», transformando os trabalhos da CPI numa «autêntica “lavandaria de roupa suja” em que os visados não são os sujeitos que nela intervieram, mas sim a empresa e os seus trabalhadores».
O que fazia sentido, na perspectiva do SITAVA, era que a CPI, por um lado, investigasse «os muitos e clamorosos erros de gestão que a TAP tem sofrido ao longo da sua vida, com gravíssimos prejuízos para a empresa e para os trabalhadores» e, em particular, «aquela espécie de privatização tentada em 2015, onde uns “investidores” cooptados à pressa se limitaram a emprestar à TAP dinheiro que era da própria empresa», para além dos «obscenos ordenados que aprovaram para si próprios» e dos milhões de euros que «sacaram», através de «contratos de prestação de serviços e pré-reformas».
Por outro lado, era fundamental que investigasse a atitude da administração de «denunciar os Acordos de Empresa com vista à sua caducidade ou se nesta fase da vida da empresa, continua a fazer sentido manter os Acordos Temporários de Emergência». Mas também a «política de contratações e de multiplicação de directores levada a cabo pela CEO demitida que, desprezando os concursos internos na empresa optou por recrutar amigos directamente do exterior, incluindo no estrangeiro, todos eles com altíssimos salários».
No seu comunicado, o SITAVA reafirma a importância estratégica para Portugal de uma empresa como a TAP, o maior exportador nacional, que «gera mais de 7 500 postos de trabalho directos e muito mais de 50 000 indirectos, que compra a mais de 1 000 empresas nacionais, muitas delas a produzir exclusivamente para a TAP», enquanto assume que «não há TAP sem HUB em Lisboa e que a única forma de o garantir é uma TAP com a adequada presença pública no seu capital».
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