O pretexto é que Bolsonaro pode ser declarado inelegível pela Justiça Eleitoral, mas a verdade é que o Presidente de seu atual partido, o Liberal (PL), Waldemar Costa Neto, já convidou o Governador de S. Paulo, Tarcísio de Freitas, a deixar o Republicanos, pelo qual foi eleito, e entrar no PL, com vistas naturalmente às eleições de 2026, na sucessão de Lula e em sua própria sucessão.
Nessas eleições o PL terá uma caixa de 1 bilhão, somados seu fundo partidário e seu fundo eleitoral, por ser o partido de maior bancada na Câmara dos Deputados – e o que mais interessa a Waldemar é ter candidatos fortes a todos os cargos, não tanto para disputar a Presidência da República e os governos estaduais, mas para manter a maior bancada na Câmara e outro bilhão nos quatro anos seguintes.
Como governador de S. Paulo, Tarcísio é candidato natural à Presidência, graças ao poder político de seu cargo e ao poder eleitoral da economia paulista. É um conservador ao gosto do mercado financeiro e não tem em cima dele a fraude a um tempo vergonhosa e ridícula dos cartões de vacinação falsificados, a tentativa de embolsar as joias da Arábia Saudita, a rejeição de boa parte do eleitorado feminino e as 700 mil mortes da Covid. Isso sem falar na compulsão golpista que em alguns momentos e em certas circunstâncias atrai boa parte do poder econômico, mas em outra situação não interessa.
O próprio Tarcísio, talvez num ato falho, excluiu Bolsonaro de sua lista de candidaturas previsíveis para a sucessão de Lula em 2026. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, “Tarcísio citou os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Raquel Lyra (PSDB-PE), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Ratinho Jr. (PSD-PR), além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como possíveis candidatos em 2026”.
Tarcísio queria fazer crer que só pensa na reeleição como governador de S. Paulo, não na alternativa da Presidência, mas seria mais convincente se incluísse em sua lista o nome de Bolsonaro, pelo menos como homenagem de gratidão a quem o tirou do anonimato absoluto para sua posição de hoje.
Excluindo Bolsonaro de uma lista com nomes de quatro outros partidos, Tarcisio parece deixar claro que em sua avaliação o PL está com a candidatura presidencial vaga – e isso no momento em que o PL e seu bilhão oferecem a ele a ficha de filiação abonada por seu próprio presidente. Ou seja, que nem o partido de Bolsonaro pensa mais nele como candidato.
NO RIO, APAIXONADOS POR MICHELLE
Por mais que Bolsonaro desestimule qualquer candidatura de sua mulher, Michelle, o nome dela continua como objeto de cogitação no mesmo PL que o exclui de sua lista de possíveis candidatos a Presidente.
No Rio, segundo o colunista Tales Faria, do UOL, “eles (muita gente no PL) estão apaixonados pela Michelle e estão começando a encomendar pesquisas para saber se ela daria uma boa candidata a prefeita”.
Pelo que se sabe, o filho 01, Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio, é que gostaria de ser candidato a Prefeito pelo mesmo PL.
CID DELATA OU NÃO DELATA?
Os próximos dias podem acrescentar novos fatos e informações à investigação sobre a fraude dos cartões de vacinação. Bolsonaro deve prestar depoimento à Polícia Federal e sua defesa já deixou claro que ele se eximirá de qualquer responsabilidade, deixando implícito ou explícito que seu ajudante de ordem Mauro Cid agiu por conta própria e sem seu consentimento.
Cid mudou de advogado, substituindo Rodrigo Roca por Bernardo Fenelon, que trabalha muito com delações premiadas e tem até um livro sobre elas. A mudança suscitou a expectativa de que Cid poderia entregar Bolsonaro, da mesma forma que Bolsonaro pode entregá-lo.
Apesar dessa mudança, interlocutores de Bolsonaro garantiram que Cid estaria disposto a assumir sozinho a responsabilidade pela falsificação de comprovantes de vacinação contra a Covid-19.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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