Depois da vitória do governo, ao aprovar por grande maioria o projeto do arcabouço fiscal, o Congresso aprovou decisões que na prática esvaziam os Ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente. Lula pode, teoricamente, vetar esses projetos, mas correria o risco de o veto ser rejeitado e essa rejeição certamente estimularia a hipótese de a oposição ter votos suficientes para derrubar Lula pelo impeachment a qualquer pretexto, como aconteceu com Dilma em 2016.
A oposição, no caso, não é apenas a que foi eleita contra Lula e pró-Bolsonaro, é também o núcleo duro de reacionarismo que o Congresso sempre teve desde a proclamação da República. Esse núcleo foi maioria na Constituinte de 1890-1891, que na prática impediu até a Revolução de 30 qualquer legislação de defesa do trabalhador e dos ex-escravos alcançados pela lei da Abolição de 1888.
Esse núcleo fez da Constituição de 1946 um documento cheio de promessas, mas também de cintos de castidade que condicionavam essas promessas a leis que nunca foram aprovadas: foi o caso, por exemplo, da reforma agrária e da participação dos trabalhadores nos lucros da empresa.
Esse núcleo deu consentimento ao golpe de 64 e a todos os seus atos institucionais e a todos os Presidentes da República que lhe foram impostos; e na Constituição de 1988 renovou promessas que ainda são bloqueadas, como a defesa do meio-ambiente e a demarcação de terras indígenas.
Ao lado desse núcleo reacionário do Congresso, já operava contra o governo Lula um mecanismo como o Banco Central “independente”, mantendo taxas de juros obscenas. Agora surge a CPI do MST, o Movimento dos Sem Terra, e tentam ressuscitar a Operação Lava Jato.
UM JOGO DO GOOGLE: SIMULADOR DE ESCRAVIDÃO
O fato teve grande destaque na mídia internacional, talvez mais que na grande mídia brasileira. O Guardian, de Londres, publicou a notícia entre as mais importantes de sua primeira página:
— Os brasileiros reagiram com horror à notícia de que um jogo eletrônico acessível pelo telefone celular, no qual os jogadores podiam comprar e vender escravos, estava até recentemente disponível no Google Play. Chamado de “Simulador de Escravidão” o perturbador jogo também permitia aos jogadores infligir diferentes formas de tortura a personagens negros.
— O jogo, que não tinha classificação por idade, esteve disponível, segundo se informou, desde 20 de abril deste ano e já tinha sido baixado mais de mil vezes. Usuários descreveram-no positivamente, e um descreveu-o como excelente passatempo, mas ressalvou que “faltavam mais opções de tortura”.
— O jogo foi removido, mas permaneceu disponível para quem já o tinha baixado.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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