Não era de nenhum lado mais que de Birán… e de Santiago, e de Havana, e de Pinar del Río, e de cada rincão de Cuba. Porém, Fidel também era, e é, da humanidade. No dia 13 de agosto de 1926, nasceu, em Birán, Cuba, Fidel Alejandro Castro Ruz. Para comemorar os 97 anos de nascimento do Comandante em Chefe, brindamos o distinto público com o Acervo BIBLIOTECA CAMPESINA, obras de e sobre o Estadista do Século XX
«Um agitador peronista de origem cubana». Assim a CIA catalogou a Fidel, segundo conta o jornalista Rogelio García Lupo [de Prensa Latina] em seu livro Últimas notícias de Fidel Castro e o Che [2007].
Um jovem Fidel, de 21 anos, acorreu a Bogotá como representante da Federação Estudantil Universitária de Cuba à contracumbre que foi a Conferência Pan-americana, ferramenta do Império, que, a partir desse ano, seria substituída pela OEA. Nesse 9 de abril, Fidel esperava se reunir com o líder Jorge Eliécer Gaitán, porém este foi assassinado nesse meio-dia. Sobreveio o Bogotazo e, se bem que Fidel não era colombiano, esteve aí, ao lado do povo.
Segundo García Lupo, Fidel «salvou a vida num Cadillac protegido por uma bandeira argentina estendida sobre o teto e com as placas diplomáticas bem visíveis». Daí a apressada e falaz conclusão dos espiões ianques. Não era argentino, porém esse documentário da CIA mostra o caráter de patriota latino-americano de quem, dez anos mais tarde, conduziria a guerra necessária.
No [ano de] 47, Fidel havia participado da frustrada Expedição de Cayo Confites, integrada por cubanos e dominicanos, e cujo objetivo era libertar a República Dominicana da ditadura de Rafael Trujillo. Não era dominicano, porém já com [apenas] 20 anos, deixava claro seu internacionalismo.
Depois veio o assalto ao Moncada, o cárcere e a estadia no México, para tomar impulso e voltar à luta. Ali, em junho de 1955, conheceria a Ernesto Guevara, um médico argentino que Raúl lhe apresentara na casa de María Antonia, uma cubana exilada no DF.
Com a ajuda de El Cuate, se conseguiria o iate Granma e as armas necessárias, e outro mexicano chamado Arsacio Vanegas os treinaria. Fidel não era mexicano, porém comendo tortilhas lançou aquela sentença: «Se saio, chego. Se chego, entro. Se entro, triunfo». A convicção da razão… e do espírito humano.
Tampouco era porto-riquenho, porém tinha bem claro aquilo de que Cuba e Porto Rico são, de um pássaro, as duas asas. Numa ocasião aclarou: «A solidariedade de Cuba com Puerto Rico nos vem da história, nos vem de Martí e nos vem de nossos princípios internacionalistas».
Fidel não era nicaraguense, porém sem sua ajuda, quem sabe se se teria dado a Revolução Sandinista. Em 1961 viajaram a Havana Carlos Fonseca, Germán Pomares e Tomás Borge, e em Cuba se semeou a semente que dois anos depois germinou como FSLN. Porém numa oportunidade Fidel lhes alertou: «Têm que fazer sua própria revolução, não podem imitar a nossa». E assim foi.
Não era soviético, nem vietnamita, nem iugoslavo, nem chinês, porém sempre entendeu de que lado estar em épocas de Guerra Fria, contra o Império. E essa clareza estratégica é um de seus legados mais lúcidos para nós nestes tempos de reconfiguração geopolítica.
Fidel não era africano, porém se transformou num símbolo do pós-colonialismo, porque a onda de descolonização na África coincide exatamente com a definitiva independência de Cuba. Centenas de milhares de cubanos foram a África para ajudar nesse período pós-colonial e a ação mais determinante, sem dúvida, foi em Angola. A batalha de Cuito Cuanavale libertou três países, porque terminou com a reação em Angola e iniciou o fim do regime do apartheid na África do Sul, que, por sua vez, determinou a independência da Namíbia.
Não era de nenhum lado mais que de Birán… e de Santiago, e de Havana, de Pinar del Río, e de cada rincão de Cuba. Porém Fidel também era e é da humanidade.
Autor: Mariano Saravia | internet@granma.cu. Tradução > Joaquim Lisboa Neto
Enlace https://www.granma.cu/cuba/2023-08-11/fidel-es-de-la-humanidad-11-08-2023-23-08-05
Acervo BIBLIOTECA CAMPESINA
(*) Joaquim Lisboa Neto, coordenador na Biblioteca Campesina, em Santa Maria da Vitória, Bahia; ativista político de esquerda, militante em prol da soberania nacional.
SEJA UM AMIGO DO JORNAL BRASIL POPULAR
O Jornal Brasil Popular apresenta fatos e acontecimentos da conjuntura brasileira a partir de uma visão baseada nos princípios éticos humanitários, defende as conquistas populares, a democracia, a justiça social, a soberania, o Estado nacional desenvolvido, proprietário de suas riquezas e distribuição de renda a sua população. Busca divulgar a notícia verdadeira, que fortalece a consciência nacional em torno de um projeto de nação independente e soberana. Você pode nos ajudar aqui:
• Banco do Brasil
Agência: 2901-7
Conta corrente: 41129-9
• BRB
Agência: 105
Conta corrente: 105-031566-6 e pelo
• PIX: 23.147.573.0001-48
Associação do Jornal Brasil Popular – CNPJ 23147573.0001-48
E pode seguir, curtir e compartilhar nossas redes aqui:
https://www.instagram.com/jornalbrasilpopular/
️ https://youtube.com/channel/UCc1mRmPhp-4zKKHEZlgrzMg
https://www.facebook.com/jbrasilpopular/
https://www.brasilpopular.com/
BRASIL POPULAR, um jornal que abraça grandes causas! Do tamanho do Brasil e do nosso povo!
Ajude a propagar as notícias certas => JORNAL BRASIL POPULAR
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.