Em 16 de setembro de 1976, diplomatas americanos alertaram Henry Kissinger, que morreu na noite desta quarta-feira aos 100 anos, sobre a existência e ação da Operação Condor, na América do Sul. Mas a ordem de um dos ícones da política externa americana naquele momento foi clara: arquivar qualquer denúncia que pudesse existir sobre o tema e simplesmente não agir.
Dias depois, em pleno centro de Washington, era assassinado o ex-chanceler chileno Orlando Letelier, aliado de Salvador Allende.
A vítima era considerada como um dos principais nomes da organização de um governo do Chile no exílio, depois do golpe de Estado promovido por Augusto Pinochet em 1973.
Seriam necessários mais 30 anos para que John Kerry entregasse para Michelle Bachelet um pendrive com mais de 300 documentos secretos dos EUA sobre o caso que abalou a região.
Em seu livro “O Brasil contra a Democracia”, o pesquisador e jornalista Roberto Simon também publicou revelações importantes sobre o papel de Kissinger na América do Sul e, em especial, no Chile.
Num trecho, ele conta como havia, no final dos anos 60, uma pressão interna no governo dos EUA para que Richard Nixon prestasse mais atenção no “quintal americano”.
“O maior argumento de autoridade, porém, vinha do general Vernon Walters, o ex-adido no Rio por quem Nixon tinha adoração. Nos dias entre a eleição e a posse de Allende, o general foi enviado ao Brasil e à Argentina para consultas com militares dos dois países. Ao final da viagem, Walters escreveu um memorando no qual defendia três pontos:
o aumento das vendas de armas a países-chave da região;
a aceitação do papel dos militares como guardiões da ordem, sem julgá-los pelos “padrões da Constituição americana”;
e a ideia de que, se os Estados Unidos não ocupassem o espaço latino-americano, outra potência global o faria.
“Na cópia do relatório que chegou em suas mãos, Nixon escreveu à caneta um recado a Kissinger: “K, leia este memorando do Walters novamente e faça com que ele seja implementado em todos os seus aspectos”. A palavra “todos” o presidente marcou com um grifo duplo”.
E assim ocorreu.
(*) Por Jamil Chade, colunista do UOL
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