Presidente Maduro ratifica o caráter vinculativo do referendo consultivo na Venezuela

O presidente venezuelano instou a continuar avançando no caminho da construção de consensos e assim alcançar a recuperação de Essequibo.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou esta segunda-feira uma campanha internacional para tentar manchar a heróica vitória do povo venezuelano no referendo consultivo sobre a defesa de Essequibo.

Numa participação em que foram anunciados os resultados oficiais do referendo sobre a defesa de Essequibo, o Presidente Maduro considerou suspeito que em vários escritos da imprensa internacional se mencionasse que o referendo consultivo não era vinculativo.

Ao denunciar esta campanha internacional para tentar manchar a heróica vitória do povo venezuelano no referendo consultivo, o presidente indicou: “Este referendo é vinculativo e acato a decisão do povo”.

#ENVIVO | Presidente de Venezuela, @NicolasMaduro, con la entrega de este certificado inicia un sexta etapa de lucha por el territorio del #Esequibo, buscando consensos, así como buscamos la pazhttps://t.co/tqMKHfl0b4 pic.twitter.com/kIGKZ2expW

— teleSUR TV (@teleSURtv) December 4, 2023

Ele atribuiu poderes de facto, como a ExxonMobil, que opera na Guiana, numa área que a Venezuela reivindica como sua, e outros interesses para desacreditar a consulta.

“Aos que tentam ignorar o voto popular, para manchar o referendo; à direita que é pró-ExxonMobil e que apoia os interesses da Guiana e não os interesses da Venezuela: este referendo é vinculativo e cumpro o mandato do povo”, sublinhou.

Neste sentido, rejeitou a matriz de opinião – difundida pelos meios de comunicação internacionais – que procura “desacreditar o feito histórico que o povo realizou no dia 3 de dezembro”.

“Se a voz do povo e o voto do povo não são vinculativos, o que é?”, questionou o chefe de Estado, que denunciou que o poder de “escrever, impor uma palavra para tentar manchar o feito histórico do povo” é a ExxonMobil e o governo dos Estados Unidos que persistem no seu desejo de silenciar a vontade do povo.

Nesse sentido, exemplificou que, se fosse verdadeira a tese da não vinculação do referendo consultivo, em 2007, quando foi realizada a consulta popular sobre a reforma constitucional, o Comandante Hugo Chávez “teria emitido um decreto e imposto uma nova Constituição.” , considerando que a proposta não obteve êxito.

Na Venezuela renasceu uma nova consciência, forjada nos valores patrióticos que derivam da posição comum de defesa dos direitos da Venezuela sobre o Essequibo, indicou.

O Presidente Maduro reiterou a sua acusação de que a imprensa internacional quer gerar uma matriz de opinião “não vinculativa” sobre o referendo de Essequibo: “para tentar manchar e desvirtuar o feito do povo”.

“Estamos em outra era histórica e o voto de vocês, homens e mulheres comuns, dá um impulso vital e poderoso em direção ao futuro. Agora vamos recuperar os direitos da Venezuela sobre a Guiana Esequiba, agora vamos nos justificar com força de tudo em unidade nacional”, sublinhou o presidente.

Da mesma forma, o presidente Maduro questionou que as mesmas pessoas que questionam a oitava estrela questionaram que a Venezuela carregará a Bolivariana em seu nome. “Se não reivindicarmos o que é nosso, quem o fará?”

Da sede do Poder Eleitoral em Caracas, o Chefe de Estado recebeu do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a notificação dos resultados eleitorais do referendo consultivo em defesa do território de Essequibo.

“Esta vitória é dos meninos e meninas porque agora o mapa brilha completo com a Guiana Esequiba”, anunciou o chefe de Estado ao participar do ato de notificação ao Poder Executivo da Vontade do povo venezuelano no Referendo Consultivo em defesa de a Guiana Esequiba.

Nesse sentido, o presidente expressou que a Venezuela teve um debate e uma campanha pedagógica única, por isso aproveitou a oportunidade para reconhecer o trabalho dos professores do país, “a grande vitória foi celebrada pelos meninos, meninas, jovens e pelos professores do país.”

Na sua opinião, indicou que estes resultados em que a vitória da opção Sim ocorreu este domingo após uma participação que ultrapassou os 10 milhões 554 mil 320 eleitores e uma votação superior a 98%, permitem “entregar um legado completo de paz às crianças”. do futuro. “Esta é uma campanha de vitória onde não há distinção de partido ou cores.”

Por outro lado, o presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Jorge Rodríguez, disse: “A voz do povo que nos deu massivamente um mandato e que será cumprido, foi comovente ver o talento patriótico no Referendo Consultivo em Defesa da Guiana Esequiba”.

No mesmo ato, a respeito da notificação ao presidente de Maduro, do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o representante do Poder Legislativo destacou que o ocorrido no dia 3 de dezembro ficou registrado como uma página gloriosa na história da Venezuela, bem como como reafirma a posição do país em relação à soberania do território.

“Para que esta posição histórica tivesse uma base sólida, era necessária a voz do povo.”

Rodríguez afirmou que lidera um plano de trabalho que corresponde ao chefe de Estado como representante das políticas públicas da nação bolivariana juntamente com os especialistas, os poderes públicos do Estado, “apoiados na voz do povo, que é o voz de Deus que nos deu um mandato maciça e esmagadoramente”.