Foi imediata e vingativa a resposta ao vexame de Bolsonaro em Buens Aires, quando tentou se meter de penetra entre os chefes de Estado presentes à posse de Javier Millei no governo da Argentina, para aparecer com eles na foto oficial, e foi posto para fora por exigência de três presidentes sul-americanos de direita como ele, os do Uruguai, Paraguai e Equador, e apenas um de esquerda, o do Chile.
Para eclipsar entre seus próprios adeptos esse vexame que alcançava enorme repercussão em todo o país e, fora dele, deixava sem fala mesmo os mais frenéticos porta-vozes da internacional do fascismo, foram espalhadas falsas afirmações de Janja, a mulher de Lula, a respeito dela própria, infiltradas criminosamente em sua conta hackeada do Twiter (hoje X).
– Sou uma vagabunda estuprada – escreveu o hacker como se fosse Janja. – Engano o Lula com o Neymar…
Janja reagiu com uma resposta sóbria e digna, lamentando que muitas outras mulheres estejam permanentemente sujeitas ao que acontecia com ela naquele momento.
As primeiras investigações da Polícia Federal sobre a origem do assalto revelaram o envolvimento de dois homens, um adulto do interior de Minas e um adolescente de Brasília, de 17 anos, influenciado via redes sociais por manigestações de intolerância religiosa, política e até (se for usso possível) “musicais” contra mulheres. Os dois homens teriam agido autonomamente, não acionadosdiretamente por qualquer comando de um gabinete d ódio- o que demonstra que este já conseguiu disseminar seu venenos tão profundamente no tecido social do país que nem precisa maiis de ordens diretas a cada iniciativa.
Isso aumenta e não atenua as responsabilidades dobolsonarismo e outros grupos de extrema direita no agravamento da luta milenar do patriarcado para perpetuar a sujeição da mulher a uma exclusão e dominação que as últimas décadas vulneraram mortalmente com o acesso cada vez maior das mulheres a posições de protagonismo na política, nas profissões, no esporte e até nas religiões.
O caso Janja, como ela própria acentuou, não é único nem exclusivamente brasileiro. Nos Estados Unidos, neste momento,é implacável a atuação de governadores erepublicanos de Estado e respectivas assembleias contra leis e decisões que regulam a qusetão do aborto e ors direitos da mulher em relação a ele.
O aborto é só pretexto, o alvo são as mulheres, grávidas ou não. Num caso que nada tem a ver com aborto, tem a ver com a guerra na Faixa de Gaza exclusivamente, três mulheres, as três cientistas, professoras universitárias e presidentes de suas importantes universidades – as de Harvard e da Pennsylvania e o MIT, o Instituto de Tecnoligia de Massachussets – foram acusadas de leniência com manifestações antissemitas de estdantes pró-palestinos e uma campanha publica feroz se seguiu, pedindo a demissão das três.
A primeira, Claudine Gay, de Harvard, que além de ser mulher é nregra e a primeira pessoa de origem afro a presidir a instituição, foi mantida no cargo, que ocupava desde o início do ano, pelo conselho superior da universidade, apesar de muitos milionários e alguns bilionários terem cancelado sua contribuição financeiras que costumavam fazer a ela.
A segunda, ElizabethMagill, da Universdade da Pennsylvania, preferiu pedir demissão. Sua queda foi comemorada pela deputada Elise Stefanic, republicana muito ligada a Trump, que tinha iniciado a campanha contra as três presidentes, e disse:
– Uma já foi! Faltam duas!
Além de Claudine, de Harvard, que fora mantida no cargo mas ainda podia ser derrubada, a deputada de Trump queria derrubar a presidente do MIT, Sally Kornbluth, também mantida no cargo, pelo menos até nova onda contra ela.Sally, por acaso, á judia, além de mulher.
No século passado o escritor brasileiro Guimarães Rosa era muito lembrado pela frase de um de seus personagens:
– Viver é muito perigoso…
Nestes dias essa frase exigiria um acréscimo:
– E ser mulher é mais perigoso ainda…
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor, é colunista do Jornal Brasil Popular com a coluna semanal “De olho no mundo”. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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