Entretanto, programas de educação que reforcem, nas escolas, o ensino de igualdade de gênero, respeito mútuo e não violência ainda não foram implementados e não contam com a simpatia do governo Ibaneis Rocha (MDB), conforme observou a deputada federal Erika Kokay (PT), durante a primeira reunião do ano de 2024 da Secretaria de Mulheres PT-DF, realizada no dia 22 último.
A deputada reforçou a necessidade não só de cuidar da educação das crianças e adolescentes do DF, visando acabar com a concepção machista vigente na sociedade brasileira, mas também de criar casas de recolhimento para mulheres ameaçadas. Consta que o único abrigo existente foi desativado pelo GDF, sob alegação de que as atuais medidas protetivas seriam suficientes, o que pode ser facilmente questionado. De todas as opções elencadas pela Secretaria de Segurança Pública, quase sempre a abordagem inicial costuma ser feita por telefone, WhatsApp ou e-mail. Com a lei 14.550/23, que determina proteção imediata para as mulheres ameaçadas, as evidências têm revelado que isso não acontece. Mesmo que as vítimas já tenham feito a solicitação, é no momento em que mais precisam – o do crime – que essas mulheres não recebem as medidas protetivas.
Um exemplo disso foi o fato ocorrido com uma moça assassinada na cidade do Gama, com mais de cinco pedidos de proteção contra o assassino, fato mencionado pela deputada: “Não tem cabimento essas mulheres estarem sob medida protetiva e serem assassinadas; o GDF não está resolvendo o problema”, concluiu a deputada Erika.
PT convida
Também a Secretária de Mulheres do PT DF, Andreza Xavier, se pronunciou sobre o assunto: “A violência contra as mulheres no DF tem atingido níveis cada vez mais alarmantes, resultado do sucateamento das Políticas Públicas para as Mulheres do governo Ibaneis. Compreendendo a complexidade da situação, a Secretaria de Mulheres do PT vai lançar uma campanha pelo fim de todas as formas de violência contra as mulheres no DF e conclama a população a se somar nas ações, que acontecerão ao longo do ano.”
(*) Por Zenaide Azeredo, jornalista, atuou nas sucursais em Brasília, Distrito Federal, do Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e Jornal de Brasília, sendo setorizada na cobertura das Forças Armadas, Povos Indígenas e CNBB. Além disso, foi ex-assessora de Imprensa do então, na época recém-criado, Ministério da Defesa, no governo Fernando Henrique Cardoso, e na Previc (Previdência Complementar) nos governos Lula 1 e 2 e no governo Dilma Rousseff. Foi militante atuante na criação do Ministério das Mulheres.