A população ocupada do país chegou ao maior patamar da série histórica, iniciada em 2012, ao atingir 100,7 milhões de pessoas em 2023. Esse número representa um crescimento de 3,8% na comparação com o ano anterior. Houve aumento desse indicador em 22 UFs, com destaque para o Amapá (8,6%), Alagoas (7,8%) e Goiás (7,1%). As informações são da PNAD Contínua Trimestral divulgadas, nessa sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2023, seis estados responderam por cerca de 60% da ocupação do país: São Paulo (24,3%), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,1%), Bahia (6%), Paraná (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,8%).
O nível da ocupação do Brasil (percentual ocupados na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57,6% em 2023, 1,6 p.p. a mais que em 2022 (56,0%). As maiores proporções foram registradas em Santa Catarina (65,9%), Goiás (64,7%) e Mato Grosso (64,7%). Já as menores estavam no Acre (45,7%), no Rio Grande do Norte (46,6%) e no Maranhão (46,7%).
A estimativa anual da taxa composta de subutilização foi de 18,0%, queda de 2,9 p.p. ante 2022, quando a taxa era de 20,9%. As maiores taxas estavam no Piauí (40,3%), na Bahia (33,1%) e em Sergipe (32,5%). Santa Catarina (6,0%), Rondônia (6,5%) e Mato Grosso (9,0%) registraram as menores.
![Trabalho informal (foto ABr)](https://monitormercantil.com.br/wp-content/uploads/2022/05/Trabalho-informal-foto-ABr-1024x594.jpg.webp)
A taxa anual de informalidade caiu: passou de 39,4% em 2022 para 39,2% em 2023. Entre os estados com maior taxa estavam o Maranhão (56,5%), o Pará (56,5%) e Piauí (54,4%). Já os menores percentuais foram de Santa Catarina (26,4%), Distrito Federal (29,7%) e São Paulo (31,5%).
No 4º trimestre, a taxa de informalidade para o Brasil foi de 39,1% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Maranhão (57,8%), Pará (57,4%), e Amazonas (54,6%) e as menores, com Santa Catarina (27,6%), Distrito Federal (30,4%) e São Paulo (31,2%).
Desocupação cai em 26 UFs
A taxa anual de desocupação do Brasil chegou a 7,8% em 2023, o que representa queda de 1,8 ponto percentual (p.p.) frente à média de 2022. Regionalmente, 26 das 27 unidades da federação (UFs) registraram queda nesse indicador, com destaque para o Acre (-4,9 p.p.), o Maranhão (-3,5 p.p.) e o Rio de Janeiro e Amazonas (ambos -3,2 p.p.). Entretanto, o único estado onde a taxa de desocupação cresceu foi Roraima (1,7 p.p.).
No Brasil, a população desocupada no ano totalizou 8,5 milhões de pessoas, caindo 1,8 milhão (-17,6%) frente a 2022. Nesse período, 25 UFs registraram queda no número de desocupados. Enquanto Mato Grosso do Sul se manteve estável (0%), em Roraima, o número de pessoas em busca de trabalho cresceu 38,5% no ano. As maiores quedas nesse contingente foram registradas no Acre (-45,7%), no Espírito Santo (-34,1%) e no Maranhão (-29,7%).
Também a taxa de desocupação do país no 4° trimestre de 2023 foi de 7,4%, caindo 0,3 ponto percentual (p. p.) em relação ao trimestre de julho a setembro de 2023 (7,7%) e 0,5 p. p. frente ao mesmo trimestre de 2022 (7,9%).
Ante o trimestre anterior, a taxa de desocupação recuou em duas unidades da federação, ficou estável em 23 e cresceu em duas.
As quedas foram registradas no Rio de Janeiro (de 10,9% para 10%) e Rio Grande do Norte (de 10,1% para 8,3%), enquanto houve aumento em Rondônia (de 2,3% para 3,8%) e em Mato Grosso (de 2,4% para 3,9%).
No 4º trimestre de 2023, as maiores taxas de desocupação foram as do Amapá (14,2%), da Bahia (12,7%) e de Pernambuco (11,9%). As menores taxas foram de Santa Catarina (3,2%), Rondônia (3,8%) e Mato Grosso (3,9%).
A taxa de desocupação por sexo foi de 6% para os homens e 9,2% para as mulheres no 4° trimestre de 2023. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,9%) e acima para os pretos (8,9%) e pardos (8,5%).
Frente ao trimestre anterior, a taxa de desocupação caiu apenas no Rio de Janeiro (de 10,9% para 10,0%) e Rio Grande do Norte (de 10,1% para 8,3%), cresceu em Rondônia (de 2,3% para 3,8%) e em Mato Grosso (de 2,4% para 3,9%) e ficou estável nas demais. As maiores taxas foram registradas no Amapá (14,2%), na Bahia (12,7%) e em Pernambuco (11,9%). Já as menores foram de Santa Catarina (3,2%), Rondônia (3,8%) e Mato Grosso (3,9%).
Nível de instrução
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (13%) superava as taxas dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi 7,6%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,6%).
No 4° trimestre de 2023, a taxa composta de subutilização (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 17,3%. Piauí (37,2%) teve a maior taxa, seguido pela Bahia (32,8%) e por Sergipe (30,8%), todas acima de 30%.
As menores taxas foram em Santa Catarina (6%), Rondônia (7%) e Mato Grosso do Sul (9,2%).
O percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) no 4º tri de 2023 foi de 3,1%. Piauí (12%), Maranhão (11,7%) e Alagoas (9,9%) tinham os maiores percentuais e Santa Catarina (0,4%) e Rondônia (0,7%), os menores.
Quanto ao tempo de procura por trabalho, 22,3% da população desocupada estavam procurando por trabalho há 2 anos ou mais. Esse percentual era de 22,2% no terceiro trimestre de 2023 e de 25,6% no 4º trimestre de 2022. Entretanto, 19,9% da população desocupada buscavam trabalho há menos de um mês. Essa proporção era de 19,5% no 3º trimestre de 2023 e de 19,3% no 4º trimestre de 2022.
![Carteira de trabalho (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)](https://monitormercantil.com.br/wp-content/uploads/2021/03/Carteira-de-trabalho-foto-de-Marcello-Casal-Jr-ABr.jpg.webp)
O percentual de empregados com carteira assinada era de 73,7% dos empregados do setor privado. Os maiores percentuais estavam em Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (81,9%) e Paraná (81,7%). Os menores, no Maranhão (48,9%), no Piauí (51,6%) e na Paraíba (54,9%).
O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 25,4%. Os maiores percentuais foram em Rondônia (32,9%), Maranhão (31,3%) e Amazonas (30,5%) e os menores, em Mato Grosso do Sul (20,5%), no Tocantins (20,6%) e no Distrito Federal (21,2%).
Renda
As trabalhadoras brasileiras tiveram no quarto trimestre de 2023 um rendimento médio real 20,8% menor que o dos homens. Enquanto o valor recebido por eles no trabalho principal alcançava R$ 3.233, o delas foi R$ 2.562.
A diferença é menor que a registrada no quarto trimestre de 2022, quando os homens recebiam R$ 3.154; e as mulheres, R$ 2.451, o que significava que elas tinham uma renda 22,3% abaixo.
A pesquisa detalha ainda que o país terminou 2023 com rendimento médio real de todos os trabalhos estimado em R$ 3.032. De acordo com o IBGE, esse valor representa uma estabilidade, ou seja, diferença pouco significativa ante o terceiro trimestre (R$ 3.007).
Já em relação ao mesmo período de 2022, quando o rendimento era de R$ 2.940, houve crescimento de 3,1%.
![Brasileiro com dinheiro no bolso](https://monitormercantil.com.br/wp-content/uploads/2021/12/dinheiro-no-bolso_foto_Marcos-Santos-USP-Imagens-1024x576.jpg.webp)
O ponto máximo já atingido pela série histórica iniciada em 2012 foi R$ 3.169, no terceiro trimestre de 2020. O piso, R$ 2.715, no quarto trimestre de 2021.
Na comparação entre o terceiro e o quarto trimestre de 2023, apenas a região Norte (R$ 2.419) apresentou crescimento. As demais ficaram estáveis. Em relação ao quarto trimestre de 2022, o rendimento médio cresceu no Norte, no Nordeste e no Sudeste, enquanto as outras regiões ficaram estáveis.
Massa de rendimento
A massa de rendimento de todos os trabalhadores terminou 2023 estimada em R$ 301,6 bilhões. Esse montante é R$ 14,4 bilhões superior à massa de rendimento do mesmo trimestre de 2022 (+5%). O número pode ser entendido como o total de dinheiro que os trabalhadores têm à disposição para movimentar a economia, seja com consumo, pagamento de impostos, dívidas ou poupança.
Fonte: Monitor Mercantil com informações da Agência Brasil