A Federação dos Trabalhadores dos Transportes Aquáticos da Índia, que representa mais de 3500 trabalhadores em 11 portos do país, decidiu não carregar ou descarregar navios com armas para Israel
A decisão anunciada em comunicado foi confirmada, este domingo, por um dirigente da federação à agência Anadolu.
«Decidimos não carregar nem descarregar navios que chegarem com armas. No entanto, até agora, nenhum navio desse género chegou. Se vier, faremos boicote», disse à agência turca Narendra Rao, secretário-geral do sindicato.
Rao afirmou que a estrutura é filiada na Federação Sindical Mundial e que, há alguns meses, os sindicatos dos sectores portuários de todo o mundo decidiram não lidar com navios que transportam armas para Israel nos seus respectivos portos.
«Os trabalhadores portuários, sindicalizados, sempre se opuseram à guerra e à matança de pessoas inocentes, como mulheres e crianças», acrescentou.
Na quarta-feira passada, dia 14, a federação sindical indiana emitiu um comunicado em que declara a recusa dos trabalhadores a «carregar e descarregar armamento de Israel ou qualquer outro país» para a guerra na Palestina.
«O ataque recente de Israel a Gaza mergulhou milhares de palestinianos em imenso sofrimento e perdas», afirma o texto, que pede um cessar-fogo imediato.
«Enquanto sindicatos responsáveis, declaramos a nossa solidariedade com aqueles que fazem campanha pela paz. Apelamos aos trabalhadores do mundo e aos povos amantes da paz para que apoiem a exigência de uma Palestina livre», declara o comunicado da federação sindical, citado por The Wire.
Bombardeamentos israelitas continuam
Esta manhã, dezenas de pessoas perderam a vida ou ficaram feridas como resultado dos ataques israelitas a vários pontos da Faixa de Gaza, indica a agência Wafa, que dá conta de bombardeamentos em diversos bairros da Cidade de Gaza e no Centro do enclave (Deir al-Balah, Nuseirat, al-Zawaida, al-Bureij e al-Maghazi, com um registo de pelo menos dez mortos).
No Sul, refere a agência, as tropas israelitas disparam contra tudo o que se move dentro do Hospital Nasser, em Khan Younis, onde pelo menos oito pessoas perderam a vida devido ao corte de energia e à subsequente paragem dos ventiladores.
Há ainda registo de ataques às imediações do Hospital al-Amal e do centro hospitalar especializado Argélia, na região de Khan Younis, bem como de casas bombardeadas mais a sul, na província de Rafah.
Dos ataques israelitas perpetrados de madrugada, resultaram pelo menos 70 mortos, informa ainda a agência, com base em fontes médicas.
Com 80% da população do enclave deslocada à força e mais de um quarto a passar fome, dados preliminares do Ministério da Saúde, ontem, apontavam para 28 985 mortos e 68 883 feridos, na Faixa de Gaza, desde o início da mais recente agressão israelita ao território, em 7 de Outubro último.