Bolsonaro também foi convidado por Netanyahu, mas passaporte está apreendido por ordem do STF
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), devem viajar no fim desta semana a Israel, em meio à crise diplomática do país com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tarcísio e Caiado visitarão o país a convite do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que declarou no mês passado, no dia 19, que Lula é “persona non grata” no país.
Tarcísio deve embarcar no dia 18. As assessorias dos governadores de São Paulo e de Goiás confirmaram a viagem, afirmaram que é a convite do governo israelense, mas ainda não divulgaram o roteiro que Tarcísio e Caiado farão no país.
O ex-presidente Bolsonaro também foi convidado por Netanyahu, mas seu passaporte está apreendido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A defesa de Bolsonaro afirmou que pedirá permissão a Moraes para que o ex-presidente possa sair do Brasil e visitar Israel.
No mês passado, uma declaração de Lula sobre o massacre que acontece na Faixa de Gaza desagradou Israel. Em viagem a Etiópia, o presidente chamou de “genocídio” o que está acontecendo na Faixa de Gaza e comparou a ofensiva de Israel ao Holocausto, quando o regime nazista de Adolf Hitler exterminou seis milhões de judeus.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. Então, como é possível que a gente possa colocar um tema tão pequeno… Você deixar de ter ajuda humanitária? O Brasil condenou o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, afirmou Lula, na ocasião.
Depois da declaração, o governo de Israel submeteu o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, a uma reprimenda pública e disse que Lula “persona non-grata”. Em retaliação, Lula convocou o embaixador de volta ao Brasil.
Desde então, bolsonaristas têm usado o episódio para reforçar os ataques contra Lula. No ato realizado em janeiro, na Avenida Paulista, Bolsonaro chegou a exibir uma bandeira de Israel. Tarcísio e Caiado participaram da manifestação, convocada pelo ex-presidente para se defender das suspeitas de arquitetar uma tentativa de golpe.