Financistas e mídia comprometida defendem a enésima Reforma da Previdência, para que aposentado ganhe abaixo do salário mínimo
Desde a “ordem unida” expressada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na última reunião do Copom, os financistas se lançaram a campanhas por “cortes nos gastos” do governo. Com essa desculpa, voltaram com a discussão sobre mais uma Reforma da Previdência, para “desvincular” o piso do aposentado dos ganhos reais proporcionados ao salário mínimo com a volta de Lula à Presidência.
A tradução dessa desvinculação é: o aposentado ganharia menos que o salário mínimo. Vamos supor que nos próximos 10 anos a taxa média anual de inflação fosse de 3,5%, e a economia crescesse medíocres 2,5% ao ano. Ao final do período, o salário mínimo de R$ 1.412 pularia para algo perto de R$ 2.560. Já o piso que o aposentado receberia, corrigido só pela inflação, ficaria na casa dos R$ 2.000. Uma diferença de mais de R$ 500.
É esse o “pequeno sacrifício” (dos outros) que os financistas defendem para manter a política de juros reais mais elevados do globo, taxas tão altas que levaram o déficit nominal (que inclui o pagamento de juros e que, ao final das contas, é o que conta) de pouco mais de R$ 1 trilhão nos 12 meses terminados em fevereiro de 2024.
Isso mesmo. Em apenas 1 ano atingiu-se um rombo de R$ 1 trilhão, o mesmo que os financistas atribuem à Previdência nos próximos 10 anos.
Rombo
Um dos subsídios que retira recursos da Previdência é a desoneração da folha de pagamentos. No início de 2024, o Ministério da Fazenda calculou em R$ 12,26 bilhões o gasto para beneficiar 17 setores da economia este ano. O sistema começou em 2012 e já ceifou dos cofres públicos, levando em consideração o que é previsto para 2024, R$ 171,6 bilhões em 12 anos.
Sem retorno
Os setores beneficiados pela desoneração da folha “não são os maiores empregadores e, de 2012 a 2022, reduziram sua participação na população ocupada (de 20,1% para 18,9%), entre os ocupados com contribuição previdenciária (de 17,9% para 16,2%) e entre os empregados com carteira assinada do setor privado (de 22,4% para 19,7%). Movimento similar é observado nos últimos dez anos com dados disponíveis da Relação Anual de Informações Sociais (Rais)”, mostra estudo do Ipea.
A PROPÓSITO SOBRE A GRILAGEM DE TERRAS PÚBLICAS
Exemplo
A proposta (PEC) que privatiza as praias deve ser analisada na perspectiva da fórmula de grilagem de terras por milicianos, conforme exposto pelo delator matador Ronnie Lessa