Redes sociais, que criam novo paradigma midiático global ao largo da mídia conservadora pró-Washington, salvaram Julian Assange da morte.
O império perdeu a guerra, que travou com Assange, para as redes sociais, nova Ágora global.
Elas deram a volta por cima no noticiário midiático imperialista pró-Washington especializado em esconder a verdade e expuseram os fatos verdadeiros que o império deseja esconder para não mostrar sua verdadeira face ultranazista.
O governo americano, historicamente, especializou-se em comandar o império produzindo crimes e conspirações para derrubar governos hostis e colocar no lugar governos comparsas.
São os comparsas que produzem as operações Lava Jato objetivando desestabilizar governos inconvenientes aos Estados Unidos que atrapalham seus planos em política externa.
Assange arreganhou as entranhas do imperialismo americano, expondo fatos, conspiração e corrupção, e, por isso, foi condenado à morte.
Não fossem as redes sociais alternativas que criaram fato novo internacional de resistência à narrativa oficialista de Washington, Assange já era.
A opinião pública internacional cresceu e pressionou o império a flexibilizar.
A politização global do assunto expôs a ideologia nazifascista do império americano que não coaduna com a missão que os Estados Unidos autodefende de ser os guardiões da liberdade e da democracia.
O que faltaram na questão Assange foi justamente liberdade e democracia pregadas pelos Estados Unidos.
Desmoralização total.
CONSTRANGIMENTO MIDIÁTICO CONSERVADOR
A libertação de Assange foi tratada com desdém pelo poder midiático pro-Washington.
Ele, constrangido e cínico, colocou o assunto em segundo plano quando se trata de vê-lo em primeiro plano com destaque fundamental, porque está em jogo a liberdade humana à informação.
Assange foi destroçado como gente destituída de direitos humanos.
O império americano e seus sócios midiáticos espalhados pelos cinco continentes venderam a narrativa da classe dominante imperialista, que financia as guerras e se enriquece com elas, como produto altamente lucrativo para as corporações privadas envolvidas nos conflitos bélicos.
Assange mexeu nesse vespeiro ao liberar pelo Wikilikes documentos secretos que expõem as entranhas do império e suas alianças guerreiras espúrias mundo afora.
Por essa narrativa dos interesses da classe dominante do capitalismo americano, Assange se transformou em espião anti-império, praticando pecado mortal contra o poder do capital da guerra.
Os documentos de Assange expõem a economia de guerra e o rol de aliados ocidentais e orientais comprometidos com as cadeias produtivas, industriais e científicas colocadas a serviço do que o ex-presidente americano Eisenhower denomina de Estado Militar Americano.
Tal estado militarizado é, sistematicamente, conduzido para a conquista do mundo por povo eleito nos evangelhos escritos pelos pastores imperialistas.
O crime cometido por Assange, aos olhos dos nazifascistas que comandam a guerra, é inafiançável e merece pena de morte.
NOVO PODER INTERNACIONAL
Mas os nazifascistas não contaram com a emergência da informação livre em circulação nas redes sociais para arregimentar em todo o mundo o apoio a Assange.
O assunto Assange virou fantasma para o governo americano, que influenciou os governos aliados a assumir o ponto de vista do império sobre o assunto.
A punição a Assange seria moral.
A moralidade do capitalismo quando se mexe em suas entranhas é a condenação à morte.
A resistência social global via redes sociais, porém, criou um fato político internacional que colocou o império de joelhos.
O presidente Biden, em disputa eleitoral com Donald Trump, teve que se render à opinião pública em ano de eleição, ocasião em que os governantes concedem aos eleitores e eleitoras o direito da crítica.
Por isso, fazem concessões que depois serão canceladas pela práxis imperialista autoritária etc.
PREÇO CARO PARA A LIBERDADE
O preço a pagar ,no entanto, será salgado para as liberdades civis.
A troca de interesses para realizar a liberação de Assange implicou em imposição do império à liberdade de imprensa em todo o mundo.
Estarão condenados todos aqueles que divulgarem informações secretas do império.
O que dirão os aliados do poder mediático obediente ao império, como Globo, Folha, Estadão etc.?
Desobedeceriam ao patrão?
O acanhamento e a timidez com que tais aliados anunciaram em suas mídias a libertação de Assange já são indicativos de que continuarão submissos ao poder imperialista.
Na prática, a decisão americana à qual se rendeu politicamente Assange para se salvar é uma condenação à morte da livre informação.
Piora a qualidade da mídia mundial conservadora, a menos que venha se rebelar contra o império, o que seria acreditar em Papai Noel.
O império ao impor sua lei contra liberdade da imprensa desvaloriza a própria mídia conservadora comercial, na medida em que perde utilidade ao consumidor de notícias.
A salvação é a mídia alternativa, que, agora, passou a correr perigo de sofrer o que Assange sofreu.
Foto India Express
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio, é conselheiro da TVCOMDF e edita o site Independência Sul Americana.