Ex-prefeita será candidata a vice, como representante do PT. Pela primeira vez, partido não terá candidato próprio na eleição da capital paulista
O PSOL confirmou na tarde deste sábado (20) Guilherme Boulos (PSOL) como candidato a prefeito de São Paulo nas eleições de outubro.
O presidente Lula e a ex-prefeita Marta Suplicy, candidata a vice, participaram do evento, na Zona Norte da capital paulista.
Pela primeira vez na história, o PT não lançará candidato próprio e indicou Marta, que voltou ao partido, para formar chapa com Boulos.
“É importante ter em conta que o Boulos não é o candidato apoiado pelo PT, pelo PCdoB, ou pelo PV, ou pelo PDT. Ele não é o candidato apoiado, ele é o candidato desses partidos políticos. O Boulos é do PSOL, é do PT, é do PCdoB, é do PDT, é do PV, é de todos os partidos. É assim que a gente tem que tratar a campanha do Boulos”, disse Lula ao discursar.
“Eu quero que você saiba de uma coisa, Boulos: eu tenho fé e certeza que você e a Marta vão consertar São Paulo, como se fosse eu”, afirmou o presidente.
Boulos, que disputará a prefeitura pela segunda vez, afirmou que a capital paulista “precisa de um prefeito que cuide do seu patrimônio mais importante: as pessoas que vivem nessa cidade”.
“Vamos ter o desafio de mostrar para a cidade que enfrentar as desigualdades é bom para todo mundo”, disse o candidato, eleito deputado federal em 2022 com a maior votação de São Paulo.
Durante o discurso, Boulos mencionou alguns projetos de sua campanha na área da educação, como a implementação de ensino integral nas escolas da capital e a ideia de um “mutirão para acabar com o analfabetismo”.
O candidato do PSOL sinalizou que, caso eleito, a gestão dele terá mais espaço para projetos que valorizem o meio ambiente, investindo em ônibus elétricos e que emitam menos gás carbônico, por exemplo. “O que tá em jogo é o futuro de São Paulo.”
Lula lembrou que Boulos conta com o apoio de três ex-prefeitos de São Paulo: Fernando Haddad (2013-2016), Luiza Erundina (1989-1993) e Marta Suplicy (2001-2005). “Quem fez mais por São Paulo do que esses três que estão aqui?”, perguntou o presidente.
Nova tentativa
Boulos perdeu a eleição de 2020 no segundo turno para Bruno Covas, do PSDB. O prefeito morreu em maio de 2021 e foi sucedido pelo vice, Ricardo Nunes, do MDB, que agora disputa a reeleição.
Na última pesquisa Datafolha, de 5 de julho, Ricardo Nunes e Boulos estavam empatados tecnicamente, com 24% e 23% das intenções de voto, respectivamente.
Partidos confirmam apoio
Além do PT, outros partidos anunciaram apoio a Boulos para a prefeitura neste sábado. A Rede Sustentabilidade realizou um evento com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Na federação com o PSOL, o partido confirmou que vai lançar 8 dos 56 candidatos a vereador. Os outros 48 serão do PSOL.
O PDT também anunciou o apoio ao candidato do PSOL. Na convenção do partido, foi oficializada a lista com 56 candidatos a vereador, número máximo permitido.
O PV e o PC do B, partidos que estão federados com o PT, lançaram respectivamente 6 e 2 candidatos a vereador. Os 48 demais ficaram com o Partido dos Trabalhadores.
Também fazem parte da coligação que apoia o candidato do PSOL o PMB e o PCB, que estiveram representados por líderes no evento na Zona Norte. Ao todo, portanto, são oito os partidos coligados em torno da candidatura de Boulos: PT, PSOL, Rede, PDT, PV, PC do B, PMB e PCB.
Quem é Boulos?
Coordenador do MTST e membro da direção do movimento de esquerda “Frente Povo Sem Medo”, Guilherme Boulos tem 42 anos e nasceu em São Paulo.
Em 2020, ele foi o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo. Em 2018, Boulos também concorreu à Presidência da República pelo partido.
Em 2022, foi o deputado federal mais votado do estado de SP.
Filósofo, professor, ativista e psicanalista, graduou-se em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Especializou-se em Psicologia Clínica pela PUC/SP e também é mestre em psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP.