A propaganda de guerra é um instrumento poderoso utilizado pelos governos durante os conflitos para influenciar a opinião pública, mobilizar apoio para o esforço bélico e demonizar o inimigo. Ela se manifesta através de diversos meios de comunicação, como rádio, televisão, jornais, cartazes e, atualmente, também nas mídias sociais.
A propaganda de guerra busca atingir a mente e o coração dos cidadãos, moldando suas percepções sobre a guerra e incentivando-os a apoiar a causa nacional.
No caso da OTAN, à medida que são aprofundadas as ameaças às economias dos países membros, há uma capacidade cada vez menor de êxito da guerra de propaganda. Sem estabilidade interna, os países “ocidentais” são forçados a voltar os seus esforços para a manutenção das aparências que sustentam a alienação dos incautos dos respectivos cercados.
No entanto, tanto internamente como externamente, além da propaganda, é preciso haver o domínio dos meios militares convencionais e das novas armas, cenário que a OTAN não será capaz de mudar no curto prazo. Especialmente por estar completamente obsoleta e, com isso, incapaz de fazer frente aos desafios nos diferentes campos de batalha.
Com tantas fragilidades e inconsistências, a OTAN (no seu conjunto de países) tem sido forçada a intensificar a enxurrada de desinformação que, por falta de resultados práticos, está minando sua unidade e seus valores.
Especificamente, os países-membros tentam impedir que os focos de insurreição interna evoluam para guerras civis, sendo forçados a assumir que são regimes autoritários hostis e que manipulam a opinião pública, alavancando a propaganda de guerra, especialmente através das novas tecnologias, para travar uma “guerra cognitiva” com os próprios cidadãos.
A propaganda de guerra da OTAN utiliza uma variedade de estratégias para atingir seus objetivos, muitas vezes recorrendo a técnicas persuasivas e emocionais. Entre as estratégias mais comuns, podemos destacar:
- Apelo à emoção: A propaganda utiliza imagens fortes, slogans cativantes e histórias emocionantes para despertar sentimentos de patriotismo, medo, ódio e indignação. O objetivo é criar uma conexão emocional com o público e mobilizar seu apoio.
- Simplificação do discurso: A propaganda tende a simplificar o conflito, apresentando o inimigo como um monstro e a própria causa como a única justa e moral. A simplificação do discurso facilita a compreensão e a aceitação da mensagem por parte do público.
- Propagação de desinformação: A propaganda frequentemente se vale da desinformação e da manipulação da verdade para atingir seus objetivos. Informações falsas ou distorcidas são usadas para demonizar o inimigo, justificar a guerra e manipular a opinião pública.
- Censura e controle da informação: Os governos podem censurar informações e controlar o acesso à mídia para impedir a divulgação de notícias que possam prejudicar o esforço de guerra ou minar o apoio popular. Essa prática visa controlar a narrativa e manipular a percepção do público sobre a guerra.
RAZÕES PARA O INSUCESSO DA PROPAGANDA DA OTAN
São várias as razões para o insucesso da Propaganda de Guerra da OTAN, aqui vamos – em linhas gerais – destacar apenas algumas delas.
- Doutrina Woke: Como vencer uma guerra de propaganda se os países membros trabalham para fortalecer esta “cultura” de fragmentação da sociedade? Uma sociedade que se assemelha a uma colcha de retalhos, com costuras frágeis e facilmente dilaceráveis, jamais será sensibilizada pela necessidade do bem coletivo. Cada bolha está preocupada com as suas mini certezas.
- Declínio Econômico: As economias dos países membros da OTAN estão mergulhadas no colapso. Para piorar, o acúmulo da riqueza está cada vez mais evidente e esta discrepância mina a confiança entre o povo e seus governantes.
- Genocídio de Israel: Ao defenderem Israel, os países membros da OTAN (na sua maior parte) acabaram por herdar o ódio e a reprovação da maioria dos países do globo ao genocídio praticado contra o povo da Palestina. Com isso, a Propaganda de Guerra da OTAN perdeu a força, pois nada que seja apresentado como “criminoso” por parte da Coreia do Norte, Rússia, China, etc. parecerá chocante para quem acompanha em tempo real o extermínio de crianças, mulheres e idosos.
- A Corrupção: Não é preciso ser um investigador profissional para perceber que os números (em dinheiro, armas e logística) destinados às guerras são incompatíveis com os resultados práticos. O que sobra como argumento convincente é que tudo o que é prometido tem sido tragado pela corrupção. Algo difícil de ser refutado pela OTAN.
NA IMPRENSA ALTERNATIVA DOS EUA
Em 31 de julho, Drago Bosnic intitulou “Pentágono tenta esconder a falha do último teste hipersônico, diz que os resultados são ‘pouco claros’” e abriu: “O Pentágono acaba de testar uma arma hipersônica, mas se recusa a revelar se foi bem-sucedida ou não. Ele nem quer especificar qual sistema estava envolvido ou se houve um lançamento real, já que os militares dos EUA frequentemente realizam testes em solo e os apresentam como ‘lançamentos de armas bem-sucedidos’.” Ele relatou que:
Em um teste anterior, a “Dark Eagle” do Exército dos EUA, uma arma hipersônica terrestre, falhou miseravelmente, forçando o Pentágono a voltar à prancheta. O plano inicial era ter a arma pronta nos próximos dois meses, um ano depois do planejado originalmente. O Exército e a Marinha dos EUA estão executando um programa conjunto de Arma Hipersônica de Longo Alcance (LRHW) que visa economizar custos usando o Common-Hypersonic Glide Body (C-HGB). No entanto, os militares dos EUA simplesmente não conseguem dominar as tecnologias necessárias para fazer uma arma operacional. Além de dezenas de falhas, também há cancelamentos regulares de testes (só no ano passado, houve três lançamentos de teste cancelados). …
O Exército dos EUA insiste que a arma atingirá velocidades de pelo menos Mach 17 [12.937 mph = 20.820 km/h] e um alcance de cerca de 2.800 km [de modo que um míssil Mach 17 dos EUA disparado na Alemanha a 1.000 milhas de distância do Kremlin poderia atingir o Kremlin em 1/13 de hora, ou apenas 7 minutos — é o que as poucas pessoas que controlam o governo dos EUA pretendem fazer]. Isso se enquadra nos mísseis de alcance intermediário anteriormente proibidos que os EUA agora estão implantando na Alemanha, desencadeando outra crise de mísseis no estilo da Guerra Fria na Europa. No entanto, além de sistemas regulares como o “Typhon”, os EUA não conseguem lançar armas hipersônicas avançadas do século 21, em parte porque estão usando técnicas desatualizadas, conforme relatado por alguns analistas. Tanto o Exército quanto a Marinha dos EUA agora estão incertos sobre quando (ou se) o LRHW ou o IRCPS poderiam entrar em serviço operacional. As três falhas de teste anteriores foram atribuídas ao lançador, e não ao míssil em si. No entanto, como mencionado anteriormente, essa é uma prática comum, já que os militares dos EUA agora estão relatando regularmente sobre “testes bem-sucedidos de propulsores” (que não são uma arma hipersônica) ou simplesmente mentindo sobre um “lançamento bem-sucedido” que é seguido por várias falhas consecutivas.
A máquina de propaganda convencional está tentando ao máximo esconder o constrangimento com artigos pomposos sobre “Putin temendo armas dos EUA”. O último texto desse tipo foi publicado poucos dias antes do lançamento fracassado de 25 de julho. No início deste ano, a mídia dos EUA falou sobre “lançamentos sem precedentes”, apenas para que esses títulos de bater no peito fossem substituídos por silêncio completo para evitar ter que dar explicações humilhantes sobre o que deu errado. Enquanto isso, as armas hipersônicas russas continuam obliterando pessoal da OTAN destacado ilegalmente pela Ucrânia. Os militares dos EUA têm tido problemas com o lançamento de armas avançadas por décadas, principalmente quando se trata de mísseis. Os problemas de longa data com seu Complexo Industrial Militar resultaram em sua incapacidade de projetar até mesmo ICBMs básicos. Aproximadamente meia década atrás, argumentei que o Pentágono está aproximadamente 15-20 anos atrás de Moscou em tecnologias hipersônicas e que não lançará uma arma antes de 2030.
Em 24 de fevereiro de 2024, Brian Berletic explicou as razões para o equipamento militar americano extremamente caro e de baixo desempenho. Ele intitulou “Falhas fatais prejudicam a base industrial de defesa dos EUA” e abriu:
A primeira Estratégia Industrial de Defesa Nacional (NDIS) do Departamento de Defesa dos EUA confirma o que muitos analistas concluíram em relação à natureza insustentável dos objetivos globais de política externa de Washington e à incapacidade de sua base industrial de defesa (DIB) de alcançá-los.
NOTA DESTE OBSERVADOR DISTANTE
A propaganda de guerra, embora possa ser eficaz em mobilizar o apoio popular e influenciar a opinião pública, deve ser vista como um instrumento auxiliar e não como um substituto para ações concretas.
A eficácia da propaganda de guerra se baseia na confiança do público e na entrega de resultados tangíveis. Se a propaganda não for acompanhada de ações eficazes e resultados positivos, o apoio popular pode se dissipar rapidamente.
A propaganda de guerra só se justifica se contribuir para alcançar os objetivos estratégicos da guerra. Se os resultados concretos estiverem ausentes, a propaganda de guerra poderá ser vista como uma ferramenta de manipulação e propaganda enganosa, levando à desilusão e à descrença do público.
A OTAN é apenas um pastel de vento. Ao perder a guerra de propaganda, terá que admitir a lógica do pós-guerra: a narrativa predominante é a narrativa dos vencedores.
Fonte: Perfil de Wellington Calasans no X (ex-Twitter).
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