Suposta morte de Hussein Fayyad foi anunciada em maio passado; segundo Haaretz, Tel Aviv reconheceu que informações do sistema de inteligência ‘não eram precisas o suficiente’
O comandante de alto escalão do Hamas, Hussein Fayyad, que foi declarado como morto pelas forças israelenses no ano passado, reapareceu em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (22/01) pelo veículo palestino Arab48. Imagens divulgadas pela mídia mostraram o alto funcionário participando de um funeral no norte da Faixa de Gaza, durante o qual elogiou a resistência palestina contra a agressão de Israel.
“Quando os fortes não atingem seus objetivos, eles são derrotados. Mas os fracos, que impediram os fortes de alcançar seus objetivos, são os vencedores”, disse Fayyad em referência ao acordo de cessar-fogo que entrou em vigor no domingo (19/01), ao classificar ofensiva israelense como “fútil”. “Gaza emergiu inquebrável. Todos nós vimos ontem como Gaza saiu vitoriosa com a cabeça erguida.”
Em maio de 2024, o exército israelense afirmou que Fayyad, comandante do Batalhão Beit Hanoun das Brigadas al-Qassam, o braço militar do Hamas, havia sido “eliminado” em uma operação subterrânea no túnel de Jabalia, no norte da Cidade de Gaza.
“As forças especiais das IAF (Forças Aéreas de Israel) e as IDF (Forças de Defesa de Israel) eliminaram o terrorista Hussein Fiad, comandante do Batalhão Beit Hanoun do Hamas, durante uma atividade operacional especial em uma área subterrânea”, disse o exército de Israel, na época.
Segundo Tel Aviv, Fayyad era responsável por coordenar mísseis antitanque disparados contra o território israelense, assim como ofensivas contra “comunidades israelenses perto do norte da Faixa de Gaza”.
Após a divulgação das imagens, o jornal Haaretz informou que os militares israelenses admitiram seu erro, justificando que a suposta “eliminação” de Fayyad havia sido baseada em um sistema de inteligência falho, e que as informações “não eram precisas o suficiente”, sendo assim a sua morte apenas “altamente provável”.
De acordo com o portal Middle East Eye (MEE), “seu reaparecimento levantou questões sobre a credibilidade de Israel e suas reivindicações no campo de batalha”.