Tição tem a brasa que arde. Tição é o sujeito “muito moreno”, é o preto. Nos galpões da pampa sempre havia um tição para voltar a arder o fogo para o nosso chimarrão, ou mate amargo, para assar um naco de carne, para fazer um arroz de carreteiro.
A Revista Tição veio antes da formação do Movimento Negro Unificado, com um dos nomes mais lembrados pelos tempos, Oliveira Silveira, poeta, professor, já falecido que propôs o 20 de novembro como o dia de combate ao racismo, nascendo assim o feriado nacional em homenagem a Zumbi.
Agora, em 28 de janeiro de 2025, às 18h30min, na Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul vamos poder ter o relançamento da Revista, com alguns dos remanescentes daqueles tempos, como os jornalistas Emilio Chagas, Jeanice Dias Ramos.
Nas conversas com Emilio Chagas sempre atento e ativo, ele lembra que a Revista Tição era uma forma de enfrentamento e denúncia.
Nas universidades eram poucos os negros, longe do que há hoje, com as cotas. Claro que muitas coisas ainda estão por acontecer.
Em rápido levantamento que fizemos sobre as leis que mandam ter o ensino de história e cultura dos povos tracionais e negros no Rio Grande do Sul a situação é pesarosa.
No último período, foi na Literatura feita aqui que surgem nomes importantes como José Falero, Jeferson Tenório, Taiasmin Ohnmacht, Eliane Marques, Lilian Rocha, entre outros/as. Todos de uma forma ou outra tratando do tema dos negros. Há inclusive um Coletivo de Escritores Negros.
A retomada da Revista Tição teve o apoio de entidades do movimento sindical como CPERS, ADURGS, FETRAFI, SINPRO, entre outros apoios importantes.
Vida longa para a retomada da Revista Tição.