A Colômbia e o México decidiram não aceitar voos militares dos Estados Unidos com migrantes deportados, após denúncias de maus-tratos sofridos por brasileiros deportados que chegaram ao Brasil na última sexta-feira (24/1).
Reação da Colômbia
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, citou os casos dos brasileiros que chegaram algemados e acorrentados como razão para recusar a entrada de aviões militares norte-americanos com deportados colombianos.
“Os EUA não podem tratar como delinquentes os migrantes colombianos. Desautorizo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos em nosso território. Os EUA devem estabelecer um protocolo de tratamento digno aos migrantes antes que os recebamos”, escreveu Petro na rede social X.
Segundo uma fonte anônima do governo norte-americano, um avião com 80 migrantes colombianos já havia decolado da Califórnia quando o governo colombiano revogou a autorização para sua entrada.
Petro também destacou:
“Os cidadãos americanos que quiserem podem estar na Colômbia, porque acredito na liberdade humana.”
Ele afirmou que, segundo a lei colombiana, mais de 15.666 imigrantes ilegais que estão no país devem regularizar sua estadia, e não serem deportados.
“Você nunca me verá queimar uma bandeira dos EUA ou realizar operações para devolver imigrantes ilegais algemados aos EUA”, declarou Petro.
Posição do México
No mesmo dia em que os brasileiros chegaram ao Brasil, o México também rejeitou um voo militar com deportados.
O voo, que estava programado para levar 80 migrantes ao território mexicano, teve sua autorização retirada pouco antes da decolagem.
Apesar disso, três voos destinados à Guatemala, cada um com 80 pessoas, sendo dois deles em aviões militares, foram realizados sem impedimentos, de acordo com informações da NBC.