A vitória de Gabriel Boric nas eleições ocorridas no último domingo, no Chile, acendeu um alerta no mundo imperialista norte-americano. A expressiva votação em um candidato de esquerda, que apresentou ao eleitorado um leque de propostas nada conservadoras, soou como um aviso no “quintal” dos Estados Unidos, de que a América Latina pode estar se tornando “perigosa” para os interesses do continente norte-americano.
Na reta final do processo eleitoral, de olho nos votos de indecisos e dos de de pessoas mais ao centro, Boric usou como tática para a busca de votos, priorizar três temas de suma importância: a segurança, as demandas das “minorias” (mulheres, indígenas, quilombolas, povos e comunidades tradicionais) e a questão ambiental. Por mais de 55% dos votos válidos, Boric derrotou o candidato da extrema direita, abrindo caminho para promover mudanças na América Latina, especialmente no Brasil, onde, a 11 meses do processo eleitoral de 2022, o ex-presidente Lula lidera todas as pesquisas de intenção de votos.
Essa ventania de mudanças no continente Latino-americano teve início em 2020, com a eleição de Luíz Arce, na Bolívia, sendo seguida, pela Argentina, que escolheu o peronista Alberto Fernandez, companheiro de Lula, e se fortaleceu, agora, com a eleição de Boric, no Chile. Isso, sem contar com a resistência ao imperialismo segurada por Cuba e Venezuela.
Mas, o que a eleição de Gabriel Boric no Chile tem a ver com a questão ambiental para o Brasil? Em princípio, questões como a democracia no continente, as demandas sociais e populares, entre outras, por si sós, têm tudo a ver com o Chile e o Brasil. Porém, a questão ambiental, se torna central no atual debate. Da mesma forma que no Chile, Boric trouxe para o centro da sua campanha, a proteção ambiental, a descarbonização gradual como enfrentamento à crise climática, e o atendimento aos apelos dos povos indígenas e das minorias, no Brasil, estas questões estarão na agenda eleitoral de 2022.
Portanto, no Chile temos a junção de dois aspectos relevantes: a democracia – como um valor na solução de controvérsias societais – e o emergir da questão ambiental, tão decisiva para a vitória eleitoral do candidato da esquerda no Chile.
Mas a diferença do Chile para o Brasil, e a diferença para as demais democracias – que incomodam os Estados Unidos, especialmente, na questão ambiental -, são o tamanho do nosso país e os seus recursos naturais. Temos, a um só tempo, no nosso espaço, a maior floresta tropical do mundo, o quarto maior litoral e zona costeira mundial, e reivindicamos junto à ONU o aumento de quase 50% do território com o que denominamos de “Amazônia Azul”. Somos agraciados com 13% da água doce do planeta, e com o nióbio – um mineral estratégico – e possuímos ainda uma das maiores biodiversidades da Terra.
Desse modo, depreende-se que, a eleição de Gabriel Boric no Chile, tornou a questão ambiental cada vez mais fundamental na geopolítica mundial. A conclusão a que, penso, pode-se chegar, é a de que o tema socioambiental será objeto de extrema atenção e importância nas eleições presidenciais no Brasil em 2022, especialmente, a partir de março, com a publicação do segundo volume dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Portanto, se as questões socioambientais serão centrais no Brasil em 2022, decerto o mundo todo ficará de olho nos debates e diálogos que ocorrerão durante o pleito eleitoral.
Como o Brasil não é para amadores, precisamos nos preparar para os debates e diálogos, que estarão na agenda eleitoral, pois sabemos, desde já, que muita coisa estará em jogo, inclusive, a eleição de Lula e das candidaturas “progressistas” de modo geral.
Não podemos perder de vista a possibilidade de o Brasil sofrer mais um golpe, desferido pelo imperialismo; desta feita, sem armas e sem tanques, apenas com a imposição aos candidatos, para que tenham mais flexibilidade com a rapinagem, a roubalheira e a corrupção – que envolvem os recursos ambientais que o Brasil possui.
(*) Por Rosalvo de Oliveira Junior, graduado em Ciências do Mar e em Engenharia Agronômica, mestre em Desenvolvimento Sustentável.
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