A covid-19 nos revela mais uma exclusão existente em nosso país: a exclusão bancária. Um dos maiores motivos de aglomerações neste momento de pandemia no Brasil se dá em razão das gigantescas filas que se formam na Caixa Econômica Federal objetivando acessar a ajuda emergencial aprovada pelo Congresso Nacional.
Essa exclusão é irmã de outras. A principal delas é a social de maneira geral, acompanhada da digital, da educacional, etc, etc.
Apenas descobrimos mais uma. E essa nova exclusão mostrou que no Brasil somos amadores até na hora em que buscamos soluções. Com tantos órgãos públicos e políticos de tantas vertentes, ninguém se manifestou ou previu que essa forma de acessar o benefício não daria certo em um momento de pandemia.
Se temos dois grandes bancos estatais: Caixa e Banco do Brasil, por que concentrar toda a liberação do recurso em um só? E depois de constatado que grande parte dos beneficiários não possuem conta bancária, por que não foi determinada uma outra forma? Tipo providenciar antes de mais nada abertura URGENTE de conta para todas as pessoas com imediata emissão de cartão para que pudessem acessar o recurso de qualquer lugar, inclusive realizando compras no débito.
A solução pra amparar quem está desamparado nesse momento pode significar uma forma de tiro pela culatra. Temos um país que reagiu tardiamente a uma tragédia anunciada. Aí se incluem a maioria dos governantes, do meu ponto de vista. Situação essa agravada pela liderança fatal de um presidente inepto. E agora podemos através do que deveria ser uma solução, sentenciar à morte exatamente quem mais precisa de ajuda.
Steffano Silva Nunes é médico veterinário e estudante de economia