“Rosa é uma rosa é uma rosa.’
(Gertrude Stein)
Sem adjetivos, as mulheres estão impondo novas dinâmicas.
Elas, aqui, tem colocando um pouco de ordem nas comunidades.
A maldição é o tráfico, este em geral é masculino. Este passa às mulheres quando todos os homens do clã caem.
A ordem e a solidariedade vem delas.
Negras e pobres em sua maioria. Há brancas, e pobres também.
Dona Leopoldina é quem deu as cartas reais na Independência. Uma princesa assinou a lei que pôs fim à escravidão. Já então…
Chiquinha da Silva mexeu com nossa música como Cora Coralina com a poesia. Vozes do povo.
Nos executivos e parlamentos reina o branco patriarcal machista. Elas são poucas ali.
Nos sindicatos há similitude.
Uma primeira ministra na Alemanha dá as cartas na Europa. Temos uma prefeita em Barcelona e em Montevideo. E aqui?
A principal liderança dos direitos humanos é Malala. E da luta ambiental, Greta.
Nas vilas daqui são as Janaínas, as Dalvas, as Maras, as Adrianas, as Ana Paulas, as Dirces, as muitas fulanas e beltranas.
Certamente há bandidas, má mãe, má profissional entre elas. Tem as Micheles, as Flordelis.
Ao percorrer as periferias elas se impõem. Na maior parte das escolas também.
Nos postos de saúde também.
Seria um novo tempo?
Ou elas por carregarem vidas no ventre tem outra sensibilidade?
Com uma tese ou com outra, as mulheres começam a dar outro ritmo na defesa das pessoas e de suas necessidades.
Pensem nisso, pois há mais coisas no céu do que aviões de carreira
Adeli Sell é vereador em Porto Alegre