Mal as primeiras notícias e imagens do ataque do Hamas ao território israelense apareceram na TV e a polícia metropolitana de Londres entrou em prontidão para prevenir qualquer confronto de rua entre partidários apaixonados de um lado e de outro. No Cairo, Egito, quase ao mesmo tempo, um policial matava um casal de turistas judeus e seu guia árabe.
No dia seguinte, um voo da British Airways procedente de Londres já estava próximo de seu destino, Tel Aviv, em Israel, quando o comandante achou melhor fazer meia volta e retornar a Londres, evitando o pouso em um aeroporto que, na sua opinião, poderia ser atingido por algum foguete do Hamas. Em Londres, pouco depois, a British Airways suspendeu todos os voos de e para Israel.
Em toda a Inglaterra, enquanto isso, escolas judaicas adotavam medidas extraordinárias para proteger estudantes, professores e funcionários contra possíveis ataques, medidas que incluíam o reforço de suas equipes de segurança preexistentes e a presença de pais voluntários como vigilantes nos portões. Algumas escolas adotaram exercícios de prevenção semelhantes aos dos Estados Unidos da América (EUA) nos piores dias da Guerra Fria e do temor de ataques com a bomba atômica, em que as crianças eram treinadas para correr aos abrigos blindados. Estudantes de todas essas escolas de Londres foram avisados também para não usar uniformes ou qualquer peça de vestuário que os identificassem como judeus. Por precaução ainda maior, muitos pais evitaram que os filhos saíssem de casa e duas escolas pelo menos suspenderam, temporariamente, as aulas e outras atividades.
Na França, o Ministério do Interior informou que em apenas 48 horas tinham ocorrido mais de cem atos de antissemitismo e a prisão de mais de vinte pessoas. Em seguida, o governo proibiu manifestações pró-palestinos e usou petardos de gás contra elas.
Nos EUA, o governo recomendou que ninguém viajasse a Israel e, em Israel, a cidade de Tel Aviv viveu um episódio sem precedentes: mais de cem manifestantes de extrema direita se reuniram diante de um de seus maiores hospitais e bloquearam por três horas a entrada de ambulâncias e de equipes médicas e paramédicas, arrastados pela informação em suas redes sociais de que um militante palestino ferido estava recebendo socorro médico.
A notícia era falsa, mas foi espalhada nas redes sociais a partir de uma decisão do ministro da Saúde Moshe Arbel, proibindo hospitais públicos de socorrerem militantes palestinos feridos, que deveriam ser encaminhados às forças de defesa.
Essas e outras fake news, incluindo aí a de quarenta bebês decapitados, aconteciam de lado a lado, provavelmente, na mesma proporção, confirmando a antiga noção de que, em todas as guerras, a primeira vítima é a verdade, mas, desta vez, acrescentando um fato novo e assustador: toda guerra pode ter sequelas em escala planetária e perigosamente emocionais.
Com a guerra da Ucrânia as coisas não chegaram a esse ponto e esses fatos e fake news foram só ao começo. Os fatos e fake news subsequentes vão a cada hora mais longe e, embora seja evidente a frenética ação diplomática em andamento, ninguém que se saiba já aponta para a metafórica luzinha no fim do túnel.
Qualquer que venha a ser essa luzinha, um de dois pressupostos necessários está assentado há muito tempo: o direito de os palestinos terem seu próprio Estado, com território e fronteiras tão garantidos quanto os de Israel.
O outro é que, segundo pesquisas realizadas em Israel já com a guerra em andamento, a maioria dos entrevistados quer o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu afastado do governo assim que a guerra termine. A mesma coisa pedira, assim que a guerra começou, o mais importante jornal de Israel, o Haaretz.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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