Enquanto no Brasil rentistas criticam programa do governo, na África planeja-se industrialização e infraestrutura
A África deve liderar o crescimento econômico e populacional nas próximas décadas. No caminho para se livrar de séculos de dominação colonial, os países africanos aceleram a industrialização e construção de infraestruturas, como visto no Diálogo de Prosperidade da África, que se realiza em Gana.
No Brasil, porém, porta-vozes do neocolonialismo se insurgem contra qualquer política industrial, como acontece agora com o programa Nova Indústria Brasil (NIB).
A crítica não se dá ao alcance ou objetivos do NIB, mas sempre pelo lado fiscalista. Como escreveu quinta-feira (25) o economista Ranulfo Vidigal, integrante do Conselho Editorial do Monitor Mercantil, “a turma da bufunfa, aquela beneficiada pelo juro abusivo e poderosa politicamente, propagandeia seu evangelho da austeridade fiscal”. Ou suicídio fiscal do governo Lula.
Discursando no Diálogo, o presidente do Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, disse: “Sem a capacidade de industrializar, acrescentar valor às nossas matérias-primas e investir para construir infraestruturas sociais, digitais, econômicas e físicas para ligar os nossos povos e empresas aos clientes em toda a África, o comércio intra-africano permaneceria nos mínimos insignificantes de sempre.”
“É crucial aprofundar o mercado único da África e dar prioridade aos produtos fabricados em África. Esta abordagem não se trata apenas de reduzir a nossa dependência das importações de outros países; trata-se de produzir e exportar ativamente bens que geram emprego na África”, sublinhou o secretário-geral da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), Wamkele Mene.