O campo progressista na Paraíba já está se articulando em torno de uma aliança de centro esquerda. Até o momento, seis partidos compõe o que chamam de “unidade programática e democrática” para se contrapor à política genocida de Jair Bolsonaro. O número total de mortos no Brasil por causa da Covid-19 passou, nesta quinta-feira (29), de 400 mil. Assinam o manifesto no estado PT, PCdoB, PSB, PSOL, UP e PV.
Apesar de ser do Cidadania, partido que era da base de apoio ao governo federal e hoje vota favoravelmente em quase todas as matérias de interesse do Executivo nacional, o governador da Paraíba, João Azevedo, ainda não tem clara a sua definição se apoiará ou não Bolsonaro, mesmo com a alta rejeição do presidente.
Segundo pesquisa Poder Data feita nesta semana e divulgada ontem (28), o governo Bolsonaro bateu 57% de desaprovação. No Nordeste, a rejeição é ainda maior, 74%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
O secretário estadual da juventude do PT da Paraíba, Pedro Matias, acha que o Cidadania está, cada vez mais, se distanciando do governo Bolsonaro. E esse distanciamento, segundo ele, estaria se dando por iniciativa do governador.
“Não existe definição de João Azevedo. Por isso é necessário fazer a junção de vários partidos progressistas para se contrapor ao retrocesso do governo Bolsonaro e evitar que os Cunha Lima voltem ao poder na Paraíba”, avalia Matias. Segundo ele, há uma decisão de fevereiro passado do Diretório Estadual do PT que decidiu pela manutenção do partido na base de apoio a João Azevedo, eleito pelo PSB, mas que deixou a sigla para ingressar no Cidadania.
A presidente da Juventude Socialista de João Pessoa (PSB), Juliana Lima, vê com ressalvas uma aliança com João Azevedo para 2022. “Nesse momento estamos construindo a unidade de esquerda para denunciar o governo Bolsonaro. Sou otimista nessa aliança. Mas em relação ao governador, que traiu o povo da paraíba, fico preocupada”, disse. “O foco do PSB é a unidade da esquerda”, acrescenta.
Já o fundador do Psol na Paraíba, Roberto Normando, disse que o partido continua na oposição ao governo de João Azevedo e que segue construindo uma aliança de esquerda no estado. “Temos que ter uma unidade programática no campo das esquerdas para construir o diálogo das forças progressistas na questão social e ambiental”, aponta.
Sobre um possível apoio do PSOL a João Azevedo em 2022, Normando destaque que isso dependerá “muito da caminhada do governador e se ele assumirá o palanque anti-Bolsonaro, assim como as oligarquias do estado”, acrescenta.
Na opinião pessoal do secretário Executivo de Participação Popular de João Pessoa, Thiago Diniz, que é do Cidadania, em caso de polarização no segundo turno em 2022, ele não vê a menor possibilidade de apoiar Bolsonaro. “Temos uma proximidade com o PT, isso não foi problema no passado, até porque tivemos o apoio do partido em 2018. Portanto, meu voto será em Lula no segundo turno caso a disputa seja com Bolsonaro”, disse Diniz, deixando claro que, caso Luciano Hulk, possível candidato da sigla, não avance ao segundo turno.