Tem um ditado que diz que nada é tão ruim que não possa piorar. Hoje, a Câmara dos Deputados mostrou que isso é possível sempre. Aprovou, nesta quarta-feira (10), por 339 votos a 114, o projeto de autonomia do Banco Central (PLP 19/19, do Senado Federal), definindo mandatos do presidente e dos diretores do BC com vigência não coincidente com o mandato de presidente da República. Se o povo brasileiro reclama dos juros altos, agora, com a política monetária entregue aos banqueiros, tudo vai piorar.
O texto-base do projeto de lei complementar que define a autonomia do Banco Central (BC) passa a ser uma realidade institucional. Diferentemente do que disse o deputado Arthur Lira (PP-AL), “isso significa a dependência total do Banco Central dos banqueiros”, disse o jornalista Beto Almeida no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (9).
Enquanto a maioria dos 513 deputados federais se preparavam para aprovar a “autonomia” do Banco Central, e entregar o banco ao mercado financeiro, o programa “Tecendo o amanhã”, com a participação de César Fonseca, produtor do site Independência Sul Americana, e conduzido pelo jornalista Moysés Corrêa, entrevistou Maria Lúcia Fattorelli, auditora fiscal e coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida.
Ela diz que o PLP 19/2021 tem vários pontos inconstitucionais. “Ele é uma afronta à democracia. O poder do voto popular, quando as pessoas elegerem os próximos Presidentes da República, estarão elegendo um presidente capenga, um presidente que não vai poder opinar sobre a política monetária no Brasil, quer dizer, ele não vai poder assumir compromissos porque todo o controle da moeda, o controle dos juros e de toda a economia do País, que depende da política monetária”, alertou a auditoria fiscal.
Confira a análise realizada no programa: