O imperador Biden, que dizem estar demente, tem falado verdades surpreendentes que desmentem e incomodam os analistas, cujas teses, quase sempre não batem com a realidade, pois, simplesmente, escondem a verdade; como diria Freud, as palavras servem para esconder o pensamento.
Dessa vez, mais uma vez, o imperador deixa a alma flanar no azul do céu do mar: inflação mundial, nesse momento, confessa, é produzida pela guerra na Ucrânia[que a Otan desenvolve, com impulso dos Estados Unidos, objetivando mudança de regime na Rússia, para tirar o nacionalista Putin do poder]; ou seja, é fabricada pelos próprios Estados Unidos, cuja capacidade de controla-la na casa dos 8,5% em 12 meses, esgotou-se.
O governo americano, como disse Putin, nunca emitiu tanto dinheiro para jogar na circulação global, a fim de puxar a demanda mundial pela produção armamentista; o império perde competitividade para a China, na produção de bens e serviços, razão pela qual, para fugir da deflação, repetindo o crash de 1929, recorre à demanda estatal, para sustentar a lucratividade do capital na produção não mais de mercadorias, mas, sim, de não-mercadorias, produzidas pela guerra; são fabricadas para serem jogadas foras, como são as armas bélicas e espaciais.
REINADO DAS NÃO-MERCADORIA
No processo de produção de não-mercadorias, como destaca Lauro Campos, em “A crise da Ideologia Keynesiana”, o Estado capitalista, diante do colapso do lassair-faire, precisa da inflação, como o ser humano necessita do ar, para sobreviver.
Para Marx, o capitalismo, por padecer desde seu nascimento, de insuficiência crônica de demanda, marcha inevitavelmente, para a deflação, cuja superação requer o seu oposto, ou seja, a inflação.
A solução keynesiana é isso aí; a inflação, disse Keynes, em Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, é o elixir capaz criar o oxigênio renovador para salvar o sistema capitalista da deflação; esta representa, segundo ele, “um erro eterno”.
TRABALHO IMPRODUTIVO ESSENCIAL
À REPRODUÇÃO DO CAPITAL
Como a insuficiência de demanda decorre da produção de mais valia que tira capacidade de consumo do trabalhador no processo de produção de mercadorias, os novos empregos – como destaca Lauro – somente nasceriam do processo de produção de não-mercadorias(dissipação total da produção), produtos que somente a emissão monetária[inflacionária] estatal poderia adquirir: serviços públicos, funcionalismo, construção de infraestrutura, produção bélica e espacial etc.
Se o livre mercado produz deflação que destrói lucro, devido expansão no subconsumismo, o desemprego somente poderia ser combatido com crescimento do consumidor improdutivo, impulsionado pela demanda estatal; ele, consumidor improdutivo, não produz mercadoria, mas a consome; sem consumidor, afetado pela reforma trabalhista neoliberal, o sistema desaba, como se verifica na debacle bolsonarista-pauloguedeseana.
INFLAÇÃO X DEFLAÇÃO
O keynesiano se expandiu pela sua funcionalidade essencial de criador de não-mercadoria por meio de modelo monetário ancorado na moeda inconversível estatal; o governo vira agente da inflação para promover novo ciclo de acumulação; o contrapolo da inflação será a dívida pública, que cresce no lugar dela.
O capitalismo clássico havia chegado ao fim com o colapso do lassair-faire; era, dessa forma, removido, historicamente, o padrão monetário metalista, que dependia do equilibrismo orçamento neoliberal, que entraria em crise de realização de lucros.
A volta ao modelo neoliberal, que, por exemplo, o bolsonarismo tenta impor, seria retorno impossível ao útero materno; só Freud explica; por isso não dá certo, salvo se rompida a democracia, como ocorreu com o golpe de 2016, para tirar Dilma Rousseff do poder.
INFLAÇÃO É SOLUÇÃO
Os Estados Unidos somente conseguiriam sair da crise de 1929, ampliando gastos inflacionários governamentais, primeiro, com o New Deal, segundo, com expansão inflacionária, oculta pela dívida pública, dos gastos bélicos e espaciais.
Roosevelt, em 1936, rendeu-se ao conselho de Keynes: “Penso ser incompatível com a economia capitalista que o governo eleve seus gastos, na escala necessária capaz de fazer valer a minha tese – a do pleno emprego -, salvo em condições de guerra; se os Estados Unidos se INSENSIBILIZAREM para preparação das armas, aprenderão a conhecer a sua força.”
Tio Sam, para se afirmar como potência global, rasgou as teorias de equilibrismo orçamentário e partiu para o seu oposto, o desequilibrismo, com expansão dos gastos em guerra; o déficit público, que, de 1929 a 1943, limita-se 30% do PIB, pulou para 144% do PIB, em 1943.
HEGEMONIA IMPERIALISTA
Se Roosevelt tivesse seguido conselho dos neoliberais, os Estados Unidos jamais teriam alcançado a hegemonia econômica mundial, com o dólar dando as cartas nas relações econômicas internacionais, na era estelar do poder americano, de 1944 a 1971, quando, então, descolou o dólar do ouro e deixou a moeda flutuar, para evitar derrocada monetária.
Em 1962, Eisenhower diria que o mundo se rendera ao Estado Industrial Militar Norte-Americano; mas, precavido, fez prognósticos sombrios diante dessa realidade, que submeteria o mundo à guerra permanente, pois sem ela, movida pela inflação, disfarçada de dívida pública(a dívida cresce no lugar da inflação, inevitavelmente), os Estados Unidos não teriam alcançado o status de potência mundial; a escalada keynesiana de produção de não-mercadorias destinadas à necessária destruição é o alicerce do poder global de Tio Sam.
O desabafo, agora, de Biden de que a inflação atual decorre da produção armamentista para abastecer OTAN na tarefa de tentar destruir Putin esconde diagnóstico sinistro: o Estado Industrial Militar Norte-Americano, concebido por Eisenhower, bate biela; não suporta mais os efeitos da inflação de guerra, especialmente, diante de concorrentes capitalistas que ficam mais poderosos do que ele, como a China, aliada da Rússia.
PUTIN: NOVA ORDEM MONETÁRIA
DÁ XEQUE-MATE NO IMPÉRIO
Essencialmente, a potência monetária americana se rende à nova estratégia monetária que surge da guerra na Ucrânia com potencial para abalar império de Tio Sam; Putin acertou o coração da hegemonia guerreira imperialista ao impor, com apoio da China, nova ordem financeira mundial.
Moscou exige conversão do dólar em rublo para comprar matérias primas russas, indispensáveis ao capitalismo global; sobrevaloriza-se moeda russa enquanto desvaloriza moeda americana; o líder russo lançou no mercado financeiro global o vírus da fragilização monetária imperial, enquanto mantém dedo no gatilho, para evitar retaliações de Washington.
Biden, diante do novo cenário, com medo desse gatilho disparar, reconhece a fragilidade do dólar; recusou participação direta do império na luta, partindo para guerras de procuração contra Putin, que, armado até os dentes, está destruindo, implacavelmente, os adversários arregimentados pela Otan; estes, como diz Putin, estão sendo quebrados pela máquina de guerra russa como nozes.
PREVISÃO CERTEIRA
Lauro Campos, marxista, teórico das não-mercadorias, mostra-se certeiro, em Crise da Ideologia Keynesiana, quando diagnostica a impossibilidade de o império continuar usando a inflação como arma de guerra:
“Quando as compras[pela emissão estatal inflacionária] realizadas pelo governo fazem com que a demanda efetiva alcance o nível de pleno emprego, as despesas do governo, que deveriam ser reduzidas, não podem parar de aumentar. Se o governo limitasse seu dispêndio no nível em que a demanda efetiva correspondesse ao pleno emprego, qualquer incremento da produção e da oferta de mercadorias se depararia com uma demanda efetiva insuficiente para demanda o valor total da oferta de mercadorias, recaindo a economia numa retração de subemprego.”
Esse, portanto, é, indubitavelmente, o impasse que o império enfrenta, levando-o, agora, a temer a inflação que deixa de controlar por não mais poder se endividar na escala capaz de gerar pleno emprego keynesiano.
Bye, bye, imperador, marcado para ser destronado nas próximas eleições legislativas americanas.
https://www.brasil247.com/…/biden-diz-que-precos…
(*) Por César Fonseca, repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana
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