O Presidente Alesander Lukaschenko foi reeleito em agosto por 80% dos votos. Porém, repentinamente surgiram manifestações de jovens, muito parecidas com as que vimos no Brasil em junho de 2013, contestando, sem provas, o resultado eleitoral e a legitimidade do governo. Simultaneamente às manifestações, registraram-se manobras militares da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nas fronteiras da Bielorússia, o que motivou uma declaração do presidente russo, Vladimir Putin, aliado de Lukaschenko, alertando que em caso de hostilidade militar contra o país amigo da Rússia, os jatos russos chegariam à região em 15 minutos.
Não se pode entender a situação política da Bielorússia (também conhecido no Brasil como Belarus), sem compreender o golpe de estado que tirou do poder um aliado da Rússia na Ucrânia, que hoje é um país da Otan e com ações agressivas contra o vizinho russo. São parte das mudanças ocorridas após a desarticulação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, do que tem se aproveitado os EUA para cercar militarmente a Rússia.
Mas, ao invés de passividade, como quando permitiu a invasão ilegal da Otan à Líbia, agora a Rússia tem reagido e defendido seus aliados. Está presente militarmente na Síria, defende o Irã das agressões dos EUA, bem como Venezuela e Cuba, países alvos de graves sanções norte-americanas. A Rússia ajudou a desarticular o golpe de estado da Otan contra o governo legítimo da Turquia e teria alertado a Presidenta Dilma para que tomasse medidas preventivas para derrotar o golpe que, afinal, terminou derrubando-a, com a interferência dos EUA, conforme denuncia hoje o presidente Lula.
A acusar os EUA e a Otan de pretender derrubá-lo, Lukaschenko demonstra decisão de resistir, e já toma medidas preventivas contra o golpismo, mobilizando também o povo para defender o voto popular que o elegeu para mais um mandato. Não há passividade. O que permite arriscar o palpite: não será tão fácil para o imperialismo, como foi na Ucrânia e no Brasil.