Varejo presencial teve alta de 17,1%, enquanto e-commerce aumentou 8,9%; data deste ano cresceu 16,1% em meio a pagamento de 13º salário
De 0h de quinta-feira até as 6h59 da manhã de domingo, o comércio eletrônico brasileiro registrou mais de R$ 8 bilhões em transações no final de semana de Black Friday, com um tíquete médio de R$ 555,17, redução de apenas 0,8% frente a 2023. Em comparação ao último ano, o faturamento teve um aumento de 11%. Houve também alta no volume de pedidos, que atingiu 14,4 milhões, 12% maior que o mesmo período do ano passado. Os dados são da plataforma Hora a Hora, da Confi.Neotrust.
Segundo o estudo, no âmbito das fraudes, até as 6h deste domingo, o comércio eletrônico já registrou cerca de 23 mil tentativas, totalizando aproximadamente R$ 36,6 milhões em golpes evitados. O valor representa uma queda percentual de 14,5% em relação a 2023. Nesse intervalo, as cinco categorias com maior impacto financeiro foram: instrumentos musicais (4,33%), games (3,79%), informática (2,38%), eletrônicos (2,02%) e celulares (1,98%). O tíquete médio das fraudes foi de R$ 1.592,89, um aumento de 15% comparado a 2023. Os resultados refletem suspeitas de fraude; os números são dinâmicos e podem sofrer alterações após um período, quando ocorre a confirmação da tentativa.
“O crescimento expressivo no faturamento e no volume de pedidos desta Black Friday é fruto de um consumidor brasileiro que está cada vez mais digital. A data deixou de focar apenas em grandes compras, como TVs e celulares, e agora inclui itens do dia a dia, como mercado e delivery. Além disso, a feira de ofertas coincidiu com o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro, o que impulsionou ainda mais o consumo. Porém, apesar da redução nas tentativas de golpe, o tíquete médio das fraudes continua alto e maior que no ano passado, exigindo atenção redobrada, especialmente neste final de semana”, comenta Matheus Manssur, superintendente comercial da ClearSale.
Ainda segundo o levantamento da plataforma Hora a Hora, os cinco produtos mais vendidos no período foram: eletrodomésticos (16,6%), eletrônicos (11,6%), telefonia (9,9%), moda e acessórios (7,2%) e ar e ventilação (6,5%). No e-commerce, os meios de pagamento mais utilizados foram o cartão de crédito (62,5%), seguido por PIX (25,5%), boleto bancário (7,9%) e outros (4,1%), que incluem e-wallets, cashback, débito e vales.
Em relação ao perfil do consumidor, o público feminino foi responsável pela maioria das transações no período (50,8%), seguido por homens (49,2%). Quanto à faixa etária, a plataforma indica que a maior parte das compras foi realizada por pessoas entre 36 e 50 anos (41,2%), seguidas por consumidores de 26 a 35 anos (31,3%), acima de 51 anos (18,1%) e até 25 anos (9,4%).
“Após uma Black Friday 2023 marcada por retração, o cenário do varejo digital brasileiro passou por uma transformação significativa. Os grandes players se consolidaram e profissionalizaram, elevando o nível da experiência de compra, com melhorias na eficiência logística e estratégias de marketing mais agressivas. Atualmente, o e-commerce representa cerca de 10% do varejo nacional, um percentual ainda distante dos 16% observados no mercado norte-americano. Isso evidencia um vasto potencial de crescimento para os próximos anos”, analisa Juliana Lorenzetti, diretora de Growth da Neotrust.
Já de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), as vendas no varejo na Black Friday 2024 cresceram 16,1% em comparação com igual período do ano passado. O destaque foi o comércio físico, com alta de 17,1%, enquanto o eletrônico subiu 8,9%. A análise considerou as vendas realizadas no dia 29 de novembro deste ano ante 24 de novembro do ano passado.
O segmento que mais se destacou foi supermercados e hipermercados, com alta de 26,2%. na sequência aparecem: drogarias e farmácias (21,7%), vestuário (18,2%) e alimentação (17,0%). o faturamento de móveis, eletro e departamento, um dos segmentos mais impactados pela Black Friday, subiu 7,9%.
“Este ano a Black Friday superou pela primeira vez o nível do período pré-pandemia e teve faturamento 15,2% maior que em 2019. Uma das razões para essa alta foi o pagamento da parcela do 13º e de benefícios como vales exatamente no dia da Black Friday”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo. “A última vez em que isso havia ocorrido foi justamente em 2019”.
A Região Sul registrou a maior alta da Black Friday em relação a 2023, com salto de 19,5%. Na sequência estão: Norte (18,6%), Sudeste (18,2%), Centro-Oeste (15,0%) e Nordeste (13,2%). Já a unidade federativa com o maior crescimento foi São Paulo, com alta de 20,8%. Também se destacaram o Rio Grande do Sul (20,6%), Paraná (19,2%), Santa Catarina (18,5%), Rio de Janeiro (16,7%) e Pará (16,4%).