BNDES é contra entrada da Copel no Novo Mercado

No entendimento da direção do banco, a movimentação levaria a um desequilíbrio dos interesses dos acionistas minoritários da empresa

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se manifestou contra a entrada da Companhia Paranaense de Energia (Copel) no Novo Mercado da B3 por entender que a movimentação levaria a um desequilíbrio dos interesses dos acionistas minoritários da empresa.

O BNDES detém cerca de 24% do capital da Copel e tem 12,4% das ações ordinárias da companhia por meio BNDESPar, empresa de participações do banco de fomento.

“O voto contrário do banco na assembleia de acionistas se dá por entender que o modelo de Corporation proposto, ao restringir os direitos políticos dos acionistas em no máximo 10% do valor representativo do capital social, pode levar a um desequilíbrio dos interesses dos acionistas minoritários da companhia”, informou o BNDES em nota divulgada hoje à tarde.

O banco de desenvolvimento disse ainda que encaminhou posicionamento para que os itens referentes ao Novo Mercado fossem retirados da pauta da assembleia de acionistas da Copel, realizada nesta segunda-feira (10), pois a entrada na modalidade “diluiria os interesses econômicos e políticos” da BNDESPar na companhia.

No comunicado, o BNDES ressaltou que a decisão sobre a privatização da Copel é anterior à posse da atual diretoria do banco e de responsabilidade do governo de Paraná e da Assembleia Legislativa do Estado. A nota diz também que a instituição financia e participa da Copel há 30 anos por considerar a empresa estratégica para a região.

“A BNDESPAR é acionista minoritária da companhia e considera a Copel uma empresa estratégica, que administra um monopólio natural fundamental para a segurança energética da região. Por isso, o BNDES, como banco público, financia e participa da Copel há 30 anos”.