Dois dias depois dos ataques golpistas do bolsonarismo ao Congresso, ao Supremo e ao Palácio do Planalto a 8 de janeiro, Bolsonaro compartilhou com seus seguidores das redes sociais um vídeo que implicitamente endossava aquela verdadeira tentativa insurrecional, ao pôr em dúvida a lisura da eleição presidencial e, portanto, a legitimidade do governo Lula, empossado uma semana antes.
Agora Bolsonaro diz em depoimento à Polícia Federal que se enganou ao compartilhar o vídeo e que pretendia apenas salvá-lo para ver mais tarde, tanto que “logo” (duas horas depois, segundo seu advogado) tratou de apagá-lo. Esse, postar e depois apagar, é o truque manjado dos passadores de fake news, o dinheiro falso da guerra da informação e da narrativa que infesta as redes sociais da internet e serviu para a eleição do próprio Bolsonaro em 2018, mas não conseguiu reelegê-lo em 2022.
Em seguida a esse depoimento, o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, afirmou, segundo O Globo, que “no dia da postagem, o ex-Presidente tinha acabado de receber alta, após ser internado para tratar uma obstrução intestinal, e tinha sido medicado com morfina”.
O detalhe da morfina piorou o ridículo da explicação e o comentarista do UOL Tales Faria escreveu:
— Essa desculpa pode ser um tiro no pé, porque vai virar meme. Será que ele estava sob efeito de remédio quando ofereceu cloroquina para aquela ema no Palácio do Planalto. Será que ele estava sob efeito de remédio o governo inteiro?
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro(Kakai) alertou:
— Essa é uma defesa de altíssima periculosidade. O ex-Presidente da República quer se eximir da responsabilidade do que assinou! Vulgar. Banal. Seria importante fazer uma comissão para analisar todas as decisões do ex-Presidente. Talvez essa investigação pudesse chegar à conclusão óbvia: ou o Bolsonaro é um inepto, ou um bandido ou só um idiota.
A investigação sugerida por Kakai vai inevitavelmente acabar na CPMI do Congresso já formalizada pelo Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para cuidar da tentativa de golpe de 8 de janeiro, mas que não terá como escapar da discussão mais ampla de todas as ações de Bolsonaro, no governo e fora dele, em sua permanente disposição para virar a mesa, como se dizia de tentativas muito menos atrevidas no tempo da ditadura.
Além disso, a CPMI coincidirá com a contagem regressiva do processo no Tribunal Superior Eleitoral que pode tornar Bolsonaro inelegível. Esse julgamento nada tem a ver, do ponto de vista processual, com os acontecimentos de 8 de janeiro, mas naturalmente será influenciado pelas previsíveis revelações da CPMI.
Bolsonaro, enquanto isso, preparava um retorno ao palanque político nacional como convidado a uma feira agropecuária em Ribeirão Preto, na região mais rica de São Paulo, uma feira que convidou e depois praticamente desconvidou o Ministro da Agricultura Carlos Fávaro para sua abertura.
Ao palanque político internacional Bolsonaro pretende subir ainda em maio, num evento em Portugal que reunirá ultraconservadores da Europa, dos Estados Unidos e da América Latina.
APESAR DO BANCO CENTRAL…
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou forte expansão, de 3,32% em fevereiro, na comparação com janeiro, segundo informou o próprio Banco Central.
Banco Central informou, mais, que esse indicador aponta melhora da economia, após estagnação registrada em janeiro, e que o crescimento do indicador em fevereiro foi o maior desde junho de 2020, há quase três anos, a maior alta em 33 meses, segundo a série histórica do Banco Central.
Apesar disso, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nomeado ainda no governo Bolsonaro com mandato até 2024, continua dizendo que não sabe se e quando os juros estabelecidos pelo Banco Central poderão baixar.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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