Todos sabem que conviver com uma visita inesperada é muito desagradável, pior ainda quando ela resolve aparecer sem avisar, levando um monte de gente junto e ainda forçando uma intimidade. Pois foi assim que se sentiu o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, nesta quinta-feira (7/5).
É que o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez uma visita surpresa ao STF, acompanhado por alguns ministros – entre eles Paulo Guesdes da Economia – e por empresários que são seus apoiadores, para reclamar das medidas de isolamento social tomadas por governadores e prefeitos de todo o país. Eles querem que Toffoli apoie a reabertura das atividades econômicas, sem levar em conta que o Brasil ainda nem sequer atingiu o pico da curva do número de pessoas infectadas pela Cobid-19.
Paradoxalmente, no mesmo dia, o ministro da Saúde, Nelson Teich, durante reunião via teleconferência com deputados, admitia a necessidade de lockdown em algumas regiões devido ao aumento dos casos de Covid-19.
Durante reunião com Toffoli, Bolsonaro disse que “todos nós viemos aqui [STF] para o Brasil voltar à normalidade”. Enquanto isso, do lado de fora, milícias fascistas gritavam palavras de ordem contra o STF. Toffoli, porém, não demonstrou ter sentido a pressão e disse que o governo federal precisa dialogar com governadores e prefeitos e que deve coordenar as ações com eles.
Mas a verdade é que a indignação tomou conta de vários membros do Supremo pela visita de última hora. Principalmente porque tudo foi transmitido ao vivo pelas redes sociais de Bolsonaro sem que nada tivesse sido comunicado ao STF.