Para Marcio Pochmann, Bolsonaro e Paulo Guedes repetem fórmula da Ditadura que elevou a inflação de 15,54% para 40,81% nos cinco anos do mandato de Ernesto Geisel. “Economia parece estar em coma”
A admiração de Jair Bolsonaro (Sem partido) pela Ditadura Militar se estende para além dos porões onde seus ídolos, como o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, cometiam atrocidades naqueles que ousavam discordar das políticas erráticas da caserna, que resultaram em uma inflação que entrou pelo processo de retomada da democracia e só foi freada nos anos 1990, durante o governo Itamar Franco.
Em entrevista à Fórum, o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Márcio Pochmann afirma que junto aos diversos fantasmas da Ditadura, Bolsonaro ressuscitou o pesadelo da chamada “inflação inercial”, termo cunhado por especialistas para explicar a alta de preços durante o governo de Ernesto Geisel nos anos 70, quando a inflação saltou de 15,54% para 40,81% nos cinco anos de seu mandato.
“Desde o Plano Real, implementado no governo de Itamar Franco, em 1994, o componente inercial da inflação foi fortemente atacado, permitindo que o vírus da superinflação introduzido pelo governo militar fosse aprisionado. No governo Bolsonaro, admirador da ditadora civil militar passada, o componente inercial da inflação parece estar livre, novamente. O custo de vida atual encontra-se rodando nos dois dígitos, motivado fundamentalmente por choques de preços, especialmente nos grupos definidos por alimentos e bebidas, habitação, transportes, responsáveis por mais de 90% da alta inflacionária”, explica Pochmann.
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