Vacinas reduziram drasticamente as mortes e casos de covid-19. Contudo, cientistas apontam que fator Bolsonaro levou ao cenário desastroso
O Brasil ultrapassou oficialmente nesta terça-feira (28) a marca de 700 mil mortos pela covid-19. Influenciam este número a ausência de resposta do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a negação da ciência por seu grupo político. Dos 700 mil, 693 mil morreram durante seu governo. O país ultrapassa a marca de três anos após o início do surto. De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o número preciso de vítimas é de 700.329.
Até o fim do governo Bolsonaro, o Brasil era o segundo país com mais mortes no mundo; agora ocupa a quinta posição. Isso sendo que o país é o 11º em termos de tamanho populacional. Hoje, o cenário está parcialmente sob controle. As vacinas, rejeitadas e atacadas por bolsonaristas, reduziram drasticamente as mortes e casos graves da doença. Agora, para seguir no caminho para cessar a crise da covid-19, autoridades pedem que todos se vacinem com as devidas doses de reforço; em especial com os imunizantes bivalentes, mais modernos, que conferem maior grau de proteção.
Graças às vacinas, além da drástica redução da mortalidade, o perfil dos pacientes mais graves mudou. De acordo com levantamento Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem (27), os alvos mais problemáticos da covid-19 são os mais velhos (acima de 80 anos) e imunossuprimidos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também pede atenção especial a estes grupos. Hoje, a entidade emitiu um comunicado para pedir aos países que priorizem doses de reforço para esta população.
Ainda de acordo com o relatório, a vacinação é chave para entender a redução das mortes. Pessoas com todas as doses de reforço apresentam, hoje, mortalidade três vezes menor do que aqueles sem imunizantes, ou com atraso.
Mortes evitáveis
O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, argumenta que as mortes poderiam ser muito menores. São as mortes evitáveis. Isso, se o Brasil tivesse, durante os piores dias da pandemia, adotado uma postura de responsabilidade científica. “Poderíamos, por exemplo, ter tido uma vacinação mais rápida e efetiva, com comunicação mais adequada com a população, sem discussão desnecessária e ruídos que trouxeram dúvidas e levaram pessoas a não se vacinarem”, argumenta.
A visão de Gomes é reforçada pela comunidade científica. Enquanto o mundo corria para vacinar a população, Bolsonaro dizia que os imunizantes transformariam “pessoas em jacarés”. Ele chegou a levantar a possibilidade da transmissão de HIV pelas vacinas. Além disso, desprezou as mortes. Disse que “não era coveiro” para comentar o descontrole. “E daí?” completou em resposta a jornalistas, quando questionado sobre mortos. Ele ainda incentivou e promoveu, pessoalmente, aglomerações. Chegou a retirar a máscara de uma criança em meio a um comício, enquanto morriam 3 mil pessoas por dia em razão do vírus.
Além do descaso, a CPI da Covid conseguiu evitar que o governo assinasse um contrato fraudulento, com superfaturamento em vacinas indianas. Com todo esse cenário caótico em desenvolvimento, Bolsonaro adotou um discurso messiânico de incentivar o uso indiscriminado de vermífugos contra o vírus da covid; cloroquina e ivermectina.
Nada justifica
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que o Brasil “não pode esquecer” do que houve durante os piores dias da pandemia. Em nota enviada à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Nísia disse que “essa lembrança tem que nos alimentar na reparação da dor, porque precisamos fazer isso, mas, ao mesmo tempo, na união pelo futuro. Estamos unidos hoje pela vacinação, a vacina salva vidas”.
De acordo com a ministra, não é aceitável o que aconteceu no país. “Claro que, no mundo todo, houve dificuldade nos momentos iniciais, mas nada justifica que um país que é o 11º no mundo em termos de tamanho da população, tenha sido o quinto em número de mortes. Nada justifica isso.”
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