John Kirby, porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, chamou as declarações do presidente Lula de “profundamente problemáticas”
A Casa Branca reagiu às declarações do presidente Lula sobre o papel de Washington em incentivar a guerra na Ucrânia, acusando o Brasil de “repetir a propaganda russa sem olhar para os fatos’.
O presidente Lula acredita que os Estados Unidos e a União Europeia incentivam a guerra ao fornecerem armas para a Ucrânia sem se preocuparem com negociações de paz. O Brasil defende um cessar-fogo e negociações de paz envolvendo outros países neutros.
“O presidente Putin não toma a iniciativa de parar. Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação desta guerra”, disse o presidente Lula no domingo (16).
John Kirby, porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, chamou as declarações do presidente Lula de “profundamente problemáticas”. Ele citou ainda uma declaração do presidente Lula sobre o status da Crimeia, reintegrada à Rússia em 2014 após um referendo popular.
“É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra”, disse o porta-voz a jornalistas. “Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos”, acrescentou.
Sobre a Crimeia, o presidente Lula sugeriu: “O que Putin quer? Ele não pode ficar com o território da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia, mas, o que ele invadiu de novidade, vai ter que repensar”.
Kirby rebateu: “Os comentários mais recentes do Brasil de que a Ucrânia deveria considerar ceder formalmente a Crimeia como uma concessão pela paz são simplesmente equivocados, especialmente para um país como o Brasil que votou para defender os princípios de soberania e integridade territorial na Assembleia-Geral da ONU”.
Os EUA e seus aliados da Otan estão aumentando a pressão para que o Brasil passe a fornecer armas à Ucrânia, o que o presidente Lula rejeitou enfaticamente, incomodando os apoiadores de Kiev.
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