A prisão do sargento bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, tem sua importância no processo que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e seu motorista Anderson Gomes.
No entanto, para a deputada estadual Dani Monteiro (PSol) é fundamental saber quem mandou matar a vereadora. “Recentemente, lutamos pela não federalização das investigações, para que não sofressem o risco de serem paralisadas. Agora, cabe à Polícia Civil do Rio de Janeiro reunir as peças que faltam, dar celeridade e apresentar uma resposta sólida para a pergunta mais importante: quem mandou matar Marielle? Essa é a resposta que precisamos para corrigir sua rota e não permitir que crimes como o assassinato de uma vereadora sigam impunes”, afirma a parlamentar.
O deputado Waldeck Carneiro (PT) também acha importante a vitória no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, para ele, “é incompreensível ainda não termos os nomes dos mandantes. Isso quer dizer que são pessoas poderosas”. “Eu fui colega do Flávio Bolsonaro na Alerj e via como ele e os milicianos tinham uma relação muito próxima. Adriano da Nóbrega, condecorado por Flávio, era um dos líderes do Escritório do Crime. Isso é, no mínimo, muito grave”, conclui.
Rico sem renda – O sargento Maxwell foi preso no Rio de Janeiro, no dia 10 de junho, acusado de cumplicidade no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista.
Em frente à milionária casa do bombeiro, avaliada em R$ 1,9 milhão, no Recreio dos Bandeirantes, a Polícia Civil e o Ministério Público apreenderam um SUV BMW X6, ano 2013. O carro tem valor venal, segundo a tabela do Detran, de aproximadamente R$ 169 mil.
Com o salário mensal de um sargento do CB/RJ, que gira em torno de R$ 4.446, com todos os descontos, em 12 meses, Suel recebe R$ 53.352. Dessa forma, ele teria de trabalhar mais de três anos apenas para comprar o carro.
Suel já estava na mira da Delegacia de Homicídios e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio desde a prisão de Lessa e do ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, em março do ano passado. O bombeiro é acusado de ter cedido um carro para a quadrilha de Lessa esconder as armas por uma noite, antes de um de seus comparsas, Josinaldo Freitas, o Djaca, recolhê-las e jogá-las no mar para evitar a apreensão. Uma das armas, cogita a polícia, pode ter sido usada no ataque a Marielle. (RS)