O presidente da Frente, deputado Eduardo Pedrosa, quer focar esforços em antecipar os diagnósticos da doença para ampliar possibilidades de cura
Se depender do monitoramento dos deputados distritais, os tratamentos de câncer na capital do País terão supervisão e vigilância assídua da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). No início de fevereiro, a CLDF lançou a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Câncer, uma proposta do deputado Eduardo Pedrosa (União Brasil), lançada numa sessão solene no Plenário com o intuito de melhorar e de monitorar o atendimento, além de proporcionar mais qualidade de vida a pacientes e familiares com a doença no Distrito Federal.
Eduardo Pedrosa, presidente da Frente, apontou para a demora no diagnóstico de câncer “pode trazer consequências graves, como a diminuição de chances de cura e do tempo de sobrevida.” O deputado ainda discorreu que o tratamento tardio também gera mais gastos do que quando a doença é descoberta na fase inicial.
O deputado distrital Thiago Manzoni (PL) destacou que o combate à doença é uma luta coletiva, vivenciada sobretudo pela família do paciente. “Quando acomete alguém da família, todos passam por aquilo, o sofrimento físico de um é o sofrimento emocional dos outros. É uma batalha vencida em conjunto.” O parlamentar disse ainda acreditar que a frente formada será de grande valia no Distrito Federal.
No Hospital de Base são realizadas duas mil consultas por mês e 800 sessões de quimioterapia. Além do tratamento, o hospital conta com acompanhamentos em Mastologia, Ginecologia Oncológica, cirurgia geral, cirurgia torácica, urologia , proctologia, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia oncológica. A informações foram divulgadas por Mariela Souza diretora-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), que participou da sessão solene e falou sobre o trabalho desenvolvido pela instituição.
Viviane Rezende Oliveira, médica especialista em cirurgia oncológica e presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica falou sobre os desafios de acesso à oncologia. O paciente com câncer passa pelo rastreamento, biópsias, exames de imagem, exames endoscópicos e outras etapas. Entra nesse ciclo a quimioterapia, cirurgia, radioterapia e outros tipos de tratamento.
Conforme a médica, nem todos os serviços demandados pela população com a doença são ofertados pelo Estado. O papel da regulação dos serviços e demandar é promover a equidade no acesso ao tratamento de câncer, desde as consultas iniciais até os procedimentos que forem necessários. “Equidade é adaptar as oportunidades de tratamento deixando-as justas, fazendo com que o paciente chegue ao seu tratamento de uma forma mais rápida, eficiente e adequada, isso faz com que, inclusive, os custos do Estado sejam reduzidos.”
Também participaram da solenidade representantes da ONG Vencedoras Unidas, um grupo de apoio e convívio às mulheres com câncer. Denise Ferreira, vice-presidente da organização, e paciente em tratamento, falou sobre luta e acolhimento. “Imagina o turbilhão de sentimentos que passa na cabeça de uma pessoa ao receber um diagnóstico de câncer, é sentir como se chão se abrisse. Além disso vem todo problema que estamos falando aqui, falta de exame, falta de consulta, não consegue marcar, demoram os resultados, aí a gente entra acolhendo e levando amor àquela pessoa.”
Eduardo Pedrosa encerrou o lançamento falando das expectativas de atuação da Frente, para que ela seja iniciada a partir das discussões feitas na sessão solene e com encaminhamentos. Além disso, serão buscados resultados efetivos, fazendo visitas às unidades de saúde, entre outras ações.
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