A Praça dos Orixás, em Brasília, DF, recebeu uma diversidade de mulheres, na 6ª edição da Festa das Águas, celebração em homenagem à Iemanjá e Oxum, e aconteceu no último fim de semana (1 e 2), marcando a passagem do dia 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, trazendo luz ao feminino, não só na produção e programação, como também na arte, na organização e na preservação das tradições.
O evento faz parte do calendário de eventos culturais anuais do DF e a programação conta com as Feiras de Artesanato Tradicional e de Gastronomia Afro, além da vivência de Mãe Vilcilene Ty Jagun, conduzindo a Sabedoria dos Contos Africanos e Ameríndios e Contação de Histórias para Crianças no Espaço Erê. A ialorixá valoriza a oralidade, a ancestralidade e a força da cultura de matriz africana.
Para a sacerdotisa, o Espaço Erê é a concretização de um sonho de valorização das culturas ancestrais e primárias no desenvolvimento psicossocial e pedagógico das crianças. “O Erê é a entidade infantil existente em cada ser humano, a mola que impulsiona a transformação dos problemas e dificuldades da vida em algo mais brando, mais ameno”, diz Mãe Vilcilene.
As árvores da praça simbolizaram conexão com o sagrado, sendo envolvidas com os Ojás brancos, fonte da natureza, de resistência e reafirmando a força da cultura afro-brasileira. Além disso, houve o momento do banho de defumação, ritual tradicional que acontece desde 2015 em Planaltina.
A festividade é realizada pelo Instituto Rosa dos Ventos de Arte, Cultura e Cidadania e pela Odoyá Produção Cultural e Audiovisual e está no Circuito Candango de Culturas Populares e conta com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, do Governo do Distrito Federal, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
A programação musical de sábado (1) ficou por conta das Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca (DF), Banda Patacori (DF), o Encontro de Baque Virado com os grupos Zenga Baque Angola (DF), Maracatu do Boiadeiro Boi Brilhante (DF), Baque Dandalunda (DF), Tambores do Ama, Samba da Tia Zélia (DF) e Letícia Fialho (DF). O DJ Onli (DF) animou os intervalos.
No domingo a abertura ficou por conta do Toque Sagrado para Iemanjá e Oxum, conduzido pelo Coletivo das Yás do DF e Entorno, momento que conecta as comunidades de Candomblé e Umbanda às energias das águas e à força feminina representada pelas divindades afro-brasileiras homenageadas pelo evento.
No palco à noite, Fernanda Jacob (DF) e Ane Êoketu (DF) conduziram o axé e seguiram com o desfile da Orquestra Alada Trovão da Mata (DF) e 7naRoda (DF) com Mariana Aydar (SP). A DJ Flávia Aguiar (DF) quem comandou a pista nos intervalos.