A nova cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul), que ocorre nesta semana, nos dias 16 e 17, deverá ser decisiva para o futuro do bloco. Esta é a avaliação de Tanguy Baghdadi, professor de Relações Internacionais da Universidade Veiga de Almeida, que destrinchou, em entrevista à Sputnik Brasil, os principais pontos de tensão entre os membros.
O encontro seria realizado em solo brasileiro, mas foi alterado para o formato virtual pelo presidente Jair Bolsonaro, que preside temporariamente o bloco.
Segundo o Itamaraty, o motivo seria o avanço da nova variante Ômicron do coronavírus, considerada “de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas na prática, segundo a mídia brasileira, a mudança estaria mais relacionada à falta de alinhamento entre os dois principais países da região, Brasil e Argentina.
O especialista ouvido pela reportagem aponta que o clima entre Bolsonaro e o presidente argentino, Alberto Fernández, não é dos melhores e que nenhum dos dois faz questão de esconder a falta de afinidade política.
A dificuldade do bloco em chegar a consensos sobre acordos e reformas, como a redução da Tarifa Externa Comum (TEC), também é um entrave para definições que beneficiem os países-membros.
Além de Brasil e Argentina, Uruguai e Paraguai também integram o bloco como fundadores. A Venezuela continua suspensa do grupo por supostamente descumprir normas do bloco, de acordo com os demais participantes.
“O problema do Mercosul é com relação ao futuro, o que se espera do Mercosul daqui para frente. Temos dois países que são favoráveis à manutenção do Mercosul nas bases atuais, que são Argentina e Paraguai. Eles consideram que qualquer mudança muito abrupta pode ser muito nociva para o interesse dos países”, explicou Baghdadi.
Segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade Veiga de Almeida, Brasil e Uruguai vêm adotando uma postura mais reformista e em busca de maior liberdade para realizar acordos bilaterais fora do bloco.
Recentemente, o governo uruguaio anunciou “avanços concretos” em discussões para um Tratado de Livre Comércio com a China, o que desagradou Argentina e Paraguai, que prezam pela unidade do bloco.
Pelas regras do Mercosul, todas as negociações comerciais precisam ser feitas em bloco e cada decisão requer consenso entre os membros, que têm o poder de veto a um acordo ou tratado.
Por isso, segundo o especialista, este é um momento decisivo para o bloco. A depender das conversas na cúpula nesta semana, o Mercosul poderá realizar ajustes em suas normas ou dar início a um processo de ruptura de acordos do bloco.
“Imagina-se que essa questão sobre o futuro do Mercosul vai ser o assunto principal. Por ser virtual, não dá espaço para uma discussão tão aprofundada quanto o encontro presencial entre os presidentes. Mas esse é um momento absolutamente central de definição do futuro do Mercosul”, afirmou o professor da Veiga de Almeida.
Os ‘cenários de crise’ para a Argentina
De acordo com Baghdadi, a Argentina tem tentado contornar primeiro a crise doméstica, antes de olhar para os problemas do bloco.
Ele explica que as discordâncias do presidente Alberto Fernández com sua vice, Cristina Kirchner, fez eclodir uma reforma ministerial recentemente, em meio a um momento de instabilidade política, com a perda da maioria no Senado para a oposição nas eleições legislativas há um mês.
Por isso, Fernández tem tentado unir o campo peronista, do qual ambos fazem parte.
Na última sexta-feira (10), os dois estiveram no ato “Democracia Para Sempre”, que reuniu milhares de apoiadores na Plaza de Mayo e contou com a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e José Mujica, do Uruguai.
O evento marcou os 38 anos de estabilidade democrática na Argentina e o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
“O Alberto Fernández preferiu lidar com a questão doméstica. Parece-me que muitos presidentes fariam uma opção similar. Mas isso acaba afetando profundamente a capacidade de se ter uma reunião um pouco mais amistosa com a Argentina”, disse o especialista.
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