O presidente da CPI da Pandemia no Senado, senador Omar Aziz (AM) acatou solicitação do senador Humberto Costa (PT/PE), de que seja enviado ao Ministério Público, o depoimento do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten, para verificar se ele mentiu, na oitiva, de mais de nove horas, que participou na quarta-feira (12).
Em seu pedido, Humberto Costa justifica ser “importante que o Ministério Público averigue se o depoente infringiu o Código Penal, oferecendo a esta Comissão Parlamentar de Inquérito falso testemunho ou falsa perícia”. O documento será entregue ao procurador-chefe da República, no Distrito Federal, hoje, 13, segundo o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP).
Na oitiva em que o foco eram as negociações do governo brasileiro com a farmacêutica Pfizer para a compra de vacinas, para imunizar a população brasileira, o depoente ocupou-se em proteger o presidente Bolsonaro e em desconsiderar a realidade de fatos.
Inquirido pelo relator, sobre as afirmações que fez à revista Veja, de que teria visto “incompetência” do Ministério da Saúde, quando do processo de negociação de vacinas com a Pfizer, Wajngarten negou, causando revolta em integrantes da comissão. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD/AM), foi categórico em afirmar: “Você só está aqui, porque deu uma entrevista a Veja”. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB/AL), completou: “o que se assiste aqui, o tempo todo é um espetáculo de mentiras”.
À tarde, reagindo às negativas do depoente, a revista Veja liberou, para acesso público, parte do áudio da entrevista de Wajngarten, revelando que ele estaria mentindo em depoimento, o que levou o relator da CPI, a dizer que iria pedir a prisão do Wajngarten, “na forma da legislação processual”. Foi respaldado pelo senador Fabiano Contarato (Rede/ES), que sentenciou: “esse depoente tem que sair daqui preso”. Diante dos “nervos à flor da pele”, o presidente da CPI afirmou que não iria pedir a prisão do depoente e suspendeu a reunião.
No retorno dos trabalhos, Wajngarten resolveu suavizar seu discurso, afirmando que, ao falar de “incompetência”, não se referia ao ex-ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, mas, sim, à equipe que negociava a aquisição da vacina.
Antes de encerrar os trabalhos do dia, Omar Aziz criticou a postura do ex-secretário e afirmando que “a comissão não vai se deixar intimidar”, disse ao ex-auxiliar de Bolsonaro: “a sua prisão não seria nada diante do legado que você acaba de perder”. Nesta quinta-feira, fará seu depoimento à CPI, um representante da Pfizer.