O HOMEM E AS ÁGUAS
PASSADO
Uma cidade às margens do Mar Egeu foi destruída pelo fogo
por volta de 1200 a.C.
O povoado ficava em uma localização estratégica: na
boca do estreito de Dardanelos, uma passagem de água que dá
acesso ao Mar de Mármara e ao Mar Negro. Quem tinha acesso
privilegiado ao hall de entrada marítimo participava do comércio que
conectava os povos que viviam no Leste Europeu, Rússia, Índia e
China (hoje, a região pertence à Turquia e marca a transição entre
Europa e Ásia).
Estamos falando de um evento de 3.200 anos atrás.
NEM FAZ TANTO TEMPO ASSIM
Apenas há um século que o Canal do Panamá foi finalizado.
Foi construído entre 1904 e 1914, e foi gerido pelos Estados
Unidos até o final da década de 1990. É administrado, desde 1999,
pelo Panamá por meio da Autoridade do Canal do Panamá.
Apesar de ligar mares, ele funciona através da passagem de
navios por uma série de eclusas acima do nível do mar,
alimentadas pelo Lago Gatún e pelo Lago Alajuela, que é menor.
PRESENTE
Todos sabemos que Trump quer ser o dono do mundo,
Esta é a razão de voracidade de linguagem acerca do Canal
do Panamá e da Groelândia, pois são passagens para o comércio,
como a cidade incendiada às margens do Mar Egeu.
HIDROVIA DO MERCOSUL
Na parte que cabe ao Estado do Rio Grande do Sul há um
estudo avantajado feito no ano de 2014, na gestão do governador
Tarso Genro.
A Hidrovia do Mercosul é um sistema de navegação que liga
os países do Mercosul ao oceano Atlântico. Ela é composta por
rios, canais e lagos, como o rio Jaguarão, a Lagoa Mirim, o canal
São Gonçalo, a Lagoa dos Patos e o canal Miguel da Cunha.
A FALTA DE UM “ULISSES”
Não vamos pedir a volta de Ulisses da Odisseia de Homero.
Precisamos de um “Ulisses governante” não um navegador de
ilusões.
Em Estrela na gestão do prefeito Rafael Mallmann houve o
esforço de dialogar com os governos federal e estadual e dar uma
primeira solução ao seu porto, ponto de partida de muitas possíveis
navegações.
Em Porto Alegre, as soluções acerca do Porto de Porto Alegre
foram mais burocráticas que efetivas. Eis a questão, pois agora
explode com esta manchete:
Funcionários de empresas dizem que burocracia e falta
de diálogo da Portos RS impede solução; estatal
afirma estar cumprindo legislação sobre licitações,
porém reforçará contatos com operários.
Com a enchente de maio, empresas ligadas ao Porto ficaram
debaixo da água, mais 60 dias para voltar à energia ao porto,
passagens pelo Guaíba tem bancos de areia, reclamando
dragagens que estão pela metade.
O porto de Porto Alegre está sem atividades e sem previsão
para voltar a operar.
Sim, nossos leitores leram corretamente: sem previsão para
voltar a operar.
O PAPEL DO “ULISSES” GOVERNANTE
A ligação da capital com o Sul do Estado era feito por balsas
pelo Guaíba, mas chegou o dia que não davam mais conta de
passar carros e pessoas.
Aí surge a ideia da Ponte.
As obras, que iniciaram em 20 de outubro de 1955, com a
participação de 3,5 mil operários, duraram três anos — metade do
tempo de construção da nova ponte do Guaíba, que começou em
2014 e foi concluída em 2020.
A obra começou com o governador Ernesto Dornelles e
terminou no governo de Ildo Meneghetti.
Voltando: a obra foi feita na metade do tempo que a nova
ponte recentemente,
E AÍ GOVERNADOR?
O Porto de Porto Alegre é todo seu. Está parado. Falta
operação. Caminhões detonam estradas, e os pedágios sobem e
mais praças aparecem, sendo o seu governo o campeão das
concessões e dos caros pedágios.
E agora?
O PAPEL DOS DEPUTADOS?
Nossos deputados terão um papel primordial na busca de
soluções.
Espera-se que não apenas um que haja o “Ulisses” da vez,
mas que precisamos de um capitão Ahad, como na obra Moby Dick,
isto precisamos.
E assim vamos tentando descobrir Os Destinos do Rio
Grande do Sul.
(ADELI SELL, de Porto Alegre)