Ideias não são metais que se fundem”
Silveira Martins
“Matam-me pelas costas, são uns ‘pernas finas’. Pena que não seja no Senado, como César…”
Pinheiro Machado
PERDA DE PODER EM BRASÍLIA
Houve tempos que os gaúchos tinham um poder em relação ao Império e à República que é difícil de mensurar.
Gaspar Silveira Martins falava na Tribuna e sua vez tinha repercussão, isto tudo somente amplificado pelos jornais, pois era homem de ideias.
Onde estão as ideias?
Não tinha rádio.
Nem o senador da República Pinheiro Machado, assassinado “pelas costas”, em pleno mandato, não chegou a conhecer o rádio.
Um no Império e outro na República eram referência e tinham poder sobre seus pares.
Getúlio Vargas derrotou os paulistas e a política café com leite com a Revolução de 30, unindo chimangos e maragatos.
De lá para cá, ministros, senadores e deputados do Rio Grande do Sul marcaram a cena nacional.
Osvaldo Aranha teve papel internacional na ONU.
Jango foi duas vezes vice-presidente e chegou à presidência, tirado pelo golpe de 64.
Até a famigerada ditadura teve “presidentes” gaúchos.
Ibsen Pinheiro foi o presidente do Congresso que cassou Collor.
SITUACAO ATUAL É VERGONHOSA
Não temos mais ministros e não há gaúchos nas mesas diretoras do Senado e da Câmara.
Quem são os gaúchos nas cortes superiores?
Por isso, fica mais evidente o drama que vive o Rio Grande do Sul na economia e na política.
Fomos o terceiro Estado em população, economia e sempre com muito peso político e institucional.
DISTANTE DOS REAIS PROBLEMAS
Os debates que existem nos parlamentos estão distantes dos reais problemas que sofre o Rio Grande do Sul.
Os nossos representantes ficam cingidos a debates ideológicos e não buscam soluções à decaída economia.
MÃO DE OBRA
Pelo Rio Grande do Sul se espalhou a fama da qualidade da Escola Parobé.
Jovens queriam ir ao SESI, SENAC etc.
Hoje o que nos salva são apenas os Institutos Federais.
PRODUÇÃO
Nesta safra, sem queixas ao clima, os produtores de figo estão colherão 10% a menos, por medo de ampliação do plantio.
VOZES
Faltam vozes para propor políticas de formação de mão de obra.
Faltam vozes para representar os plantadores de figo.
Já mostramos que não há vozes para propor políticas do uso dos rios para navegação.
Onde estão os ambientalistas para propor políticas corretas de ajudarem?
(*) Por Adeli Sell, professor, escritor e bacharel em Direito.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.