A direção executiva do Conselho Nacional das Populações Extrativista- CNS esteve em Brasília, a convite da Embaixada do Reino Unido, nos dias 03 e 04 de agosto de 2021, para participar da reunião que teve como pauta principal, a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), que será realizada em novembro deste ano na Escócia.
O Presidente Júlio Barbosa, junto com o Secretário Geral, Dione Torquato e o Secretário de articulação Internacional, Joaquim Belo; estiveram reunidos com o presidente da COP26 “Alok Sharma” e representantes da sociedade civil do Brasil.
A agenda com o presidente da COP aconteceu no dia 03 de agosto e durou cerca de 01h15 min. Tempo suficiente para que O CNS, junto com APIB e CONAQ – Brasil, representando os povos e comunidades tradicionais do Brasil, apresentassem suas pautas.
O CNS apresentou o cenário sociocultural do Brasil e a vulnerabilidade socioambiental ameaçados pelo contexto político; a importância dos Territórios tradicionais e uso Comum e a preservação dos modos de vidas das populações tradicionais para redução das mudanças do clima; também solicitou ao presidente atenção para manutenção do Acordo de Paris e sua implementação e uma especial atenção global para uso e governança da Terra, com prioridades na proteção de direitos dos povos originários e populações tradicionais, ressaltando que a COP precisa chama a atenção global para pauta econômica internacional que os países adotem medidas econômicas sustentáveis.
A representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB (por videoconferência), Sônia Guajajara, falou da importância da presença dos povos indígenas e comunidades tradicionais na COP26 e que a participação efetiva seja nos espaços formais das negociações.
A secretária executiva da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Conaq, Selma Dealdina, enfatizou a importância do olhar para as populações tradicionais no Brasil e a manutenção dos seus territórios como garantia dos saberes tradicionais ancestrais.
O representante do Instituto Clima e Sociedade – ICS, chamou atenção para que a COP assuma compromissos das metas ambiciosas das NDC – sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada – que envolve compromissos voluntários criados por cada país signatário do Acordo de Paris para colaborar com a meta global de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Márcio Astrini, do Observatório do Clima, chamou atenção para a importância do Bioma Amazônia que, além de representar mais da metade das florestas tropicais remanescentes é a maior biodiversidade em uma floresta tropical no planeta e também é a maior bacia hidrográfica do mundo, sendo, portanto, essencial para o cumprimento do acordo de Paris.
Raquel Souza, Assessora Técnica do CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CEBDS ressaltou a importância da união dos diversos atores da sociedade civil para buscar soluções de proteção das florestas como solução para o desenvolvimento sustentável.
O presidente “Alok Sharma, após as apresentações, se pronunciou dizendo do esforço do comitê organizador em ouvir os diversos atores nos países participantes, da relevância dos temas que serão apresentados pela COP26 e que irá reforçar as demandas apresentadas pela sociedade civil ao governo Brasileiro, chamando a atenção sobre o compromisso assumido pelo Brasil no acordo e solicitar que seja apresentada uma proposta política para o cumprimento das NDC até 2025.
Para encerrar a agenda em Brasília, os diretores do CNS reuniram-se com a representante da TNC –Brasil, Juliana Simões, para discutir um acordo de cooperação institucional, estabelecido dentro do planejamento estratégico, voltado para a política internacional e ampliar parcerias que possam apoiar as ações nos territórios.
“Para nós do Conselho Nacional das Populações Tradicionais Extrativistas – CNS é muito importante estar com o presidente da COP26 e poder passar nossa mensagem! Nós, povos originários, e populações tradicionais extrativistas estamos resistindo na defesa dos territórios e do planeta, e precisamos que os países também estejam do nosso lado, somente assim (juntos), o planeta e a humanidade terão oportunidade de existir no futuro”. (Júlio Barbosa, Presidente do CNS)
Texto e fotos da Assessoria / Por Marcos Jorge Dias – Jornal Brasil Popular/Acre