Obra da sobinfluencia reflete sobre potencial subversivo da música diante da homogeneização cultural e das forças conservadoras. Autor analisa como resgatá-la enquanto ferramenta de transformação social. Sorteamos um exemplar e um pôster
Em uma sociedade cada vez mais ditada pelo ritmo da homogeneização sonora imposta pelo capitalismo, o artista, escritor e crítico cultural Alexander Billet apresenta seu olhar inquietante sobre o papel da música na transformação social por meio da obra Abalar a Cidade: música e capitalismo, espaço e tempo, com o Brasil sendo o primeiro país a traduzi-la, graças aos esforços editoriais da sobinfluencia edições.
O escrito reflete acerca do fato de que a música, muitas vezes utilizada para reforçar o conformismo, também pode ser uma poderosa ferramenta de resistência e reconfiguração social.
A perspectiva interdisciplinar, ampliada e afiada de Billet aborda como a indústria musical, por intermédio de processos que vão desde a gentrificação e da popularização das plataformas de streaming, tem moldado e, em certa medida, limitado nossas experiências sensoriais e criativas.
Entretanto, ao examinar protestos populares recentes, como o Black Lives Matter, e movimentos culturais de resistência, o autor sugere que a música ainda carrega um potencial imenso de subversão.
O autor se baseia em uma vasta constelação de influências teóricas, de Adorno a Mark Fisher, e percorre um panorama que inclui desde os primórdios do punk até as raves contemporâneas.
Abalar a Cidade repensa a maneira como as formas musicais podem ser reconstruídas para oferecer uma alternativa ao individualismo e à alienação das sociedades neoliberais.
Billet não só critica as distorções impostas pela indústria, mas também nos leva a refletir sobre como a música pode, e deve, atuar como catalisadora de uma nova ordem social, onde a criação coletiva e a autodeterminação prevaleçam.
Em tempos de crescente controle social e cultural, onde a música muitas vezes se vê atrelada a forças conservadoras, obras como esta reivindicam a função libertadora da música, um meio de resistência criativa contra a opressão e a exploração, reafirmando o poder das pessoas para transformar o espaço e o tempo.