São espantosos os números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados dias atrás. Nunca o Brasil teve tantos casos de estupro como em 2022, último ano go governo Bolsonaro. Foram 74.930 casos, 8,2% a mais que 2021, penúltimo ano de Bolsonaro, quando foram registrados 68.885 casos.
Em 2022 foram cerca de 6.244 casos por mês, nada menos que 205 por dia.
Pior ainda, em 61,4% dos casos registrados, a vítima tinha no máximo 13 anos, mais vulneráveis e indefesas que as vítimas de idade maior. Aliás, o maior aumento de casos em 2022 aconteceu justamente entre crianças dessa faixa de até 13 anos. Em 2021 tinham sido 52.057 casos registrados e em 2022 foram 56.829, 8,6% a mais.
No mesmo dia em que esses números vergonhosos eram revelados, tivemos notícia da tentativa de imposição de uma espécie de AI-5 no Banco Central, uma tentativa, na verdade, de estupro político que proibiria diretores do banco de dar entrevistas sem autorização de seu presidente.
O alvo único dessa proibição era o diretor de Política Monetária Gabriel Galípolo, recentemente indicado por Lula, o primeiro que ele pôde indicar, e aprovado pelo Senado com mandato de quatro anos. Sua nomeação, segundo O Globo, gerou um debate cujo foco era quem deveria decidir se os nove membros do Copom, o Comitê de Política Monetária [entre os quais Galípolo], que decidem sobre a taxa básica de juros, têm permissão para conceder entrevistas à imprensa ou fazer declarações públicas.
De acordo com Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, circulou internamente no Banco uma circular determinando que todos os pedidos de entrevistas teriam que ser aprovados pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto. No entanto, Gabriel Galípolo defende uma abordagem diferente, afirmando que não é necessário que os diretores do banco se submetam à assessoria de comunicação do órgão, que está subordinada ao presidente do banco e não aos seus diretores.
Assim como Galípolo, nomeado por indicação de Lula, Campos tem mandato até 2024, nomeado por Bolsonaro, e ninguém no governo, nem Lula nem o Ministro da Fazenda Fernando Haddad têm qualquer poder para autorizar ou proibir qualquer entrevista dele. Como, então, subordinar outro diretor com mandato aprovado pelo Senado a vetos e permissões do presidente do BC?
A assessoria de comunicação do banco, subordinada a Campos, pretextou que um dos objetivos da pretendida autorização prévia era evitar “dissimetrias” entre diferentes pontos de vista expostos por diretores, ou seja, todos os diretores serem obrigados a dizer basicamente a mesma coisa que o presidente do banco. Se era para ser assim, não precisava reunir os nove membros do Copom a cada mês e meio, para votar sobre a taxa de juros. Bastaria o presidente decidir, como no AI-5, e pronto.
Ainda de acordo com Mônica Bergamo, eventuais entrevistas de Galípolo “exporiam o racha que existe hoje na instituição, o que estaria pressionando e incomodando Campos Neto”. Como reação, o presidente do BC tentou aplicar uma espécie de ‘lei da mordaça’ em seus diretores.
Mas não eram só incômodos, era dinheiro. Logo depois, Roberto Campos Neto protagonizou mais uma grande polêmica. Em entrevista concedida à firma estadunidense BlackRock, gestora de fundos trilionários, ele afirmou que estuda terceirizar a gestão das reservas internacionais do Brasil, hoje administradas pelo Banco Central e avaliadas em nada menos que 380 bilhões de dólares. Essas reservas, acumuladas a partir dos dois governos Lula anteriores e dos governos Dilma, tiveram, nos primeiros 200 dias do atual governo Lula, um aumento de 22,7 bilhões de dólares. Segundo informações fornecidas pelo próprio Banco Central, o saldo das reservas atingiu a marca de 347,4 bilhões de dólares em 18 de julho, um crescimento de 7% em comparação com 31 de dezembro.
Terceirizados para essa BlackRock e outras multinacionais, essas centenas de bilhões vão render dezenas de bilhões a seus novos administradores e aos beneficiários desses investimentos. Vão financiar o enriquecimento dos Estados Unidos e de outros países já mais ricos que o Brasil, como por exemplo a China, governada por um partido comunista. E vão naturalmente deixar alguma coisa no Brasil…
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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