Contrariando especialistas e estudos do Instituto de Geociências da Unicamp, o governador João Dória Jr., que já tinha tudo preparado para decretar o “lockdown” em todo o Estado, voltou atrás e afirmou, no início dessa semana, que “agora não é o momento para radicalizar”. Ao invés do “lockdown”, Dória anunciou a “quarentena heterogênea” e esforçou-se para explicá-la.
Av. Paulista – Dória agora nega o lockdown para aplicar a “quarentena inteligente”.
Segundo o governador, o Estado adotará mudanças no isolamento social contra a Covid-19, aplicando-a conforme a gravidade da pandemia em cada região. “Nós teremos uma nova quarentena. Mas ela será uma quarentena inteligente. Ela vai levar em conta toda a regionalização do Estado de São Paulo, no interior, na capital, na região metropolitana e no litoral”, disse em entrevista à Globonews, na segunda (25).
Dória disse estar referendado pelas análises da sua equipe de saúde
Na semana passada, o Instituto da Unicamp afirmou que o isolamento total e radical em todo o Estado seria “inevitável”. Pelas projeções, até o final de junho, segundo a Unicamp, São Paulo contará com 53,5 mil novas infecções por dia.
Ainda de acordo com a universidade, no final de abril, cada cem paulistas infectados transmitiam o novo coronavírus para quase 150 pessoas, em média. Os números podem subir, devido à baixa taxa de adesão ao isolamento social que não ultrapassa 50%. O sistema público de saúde da Região Metropolitana de São Paulo atingirá o limite, uma vez que a ocupação dos leitos de UTI já está acima de 80%.
Vale lembrar que o Estado de São Paulo, infelizmente, lidera o quadro de óbitos provocado pela ação da Covi-19, com 82.161 casos confirmados e 6.163 mortes, segundo o Ministério da Saúde, até o fechamento dessa matéria, em 26 de maio.